O cancelamento dos festejos juninos em 2020, como consequência da pandemia do novo coronavírus, afetou diretamente cerca de 250 municípios baianos, além de centenas de artistas e outros profissionais. O tema repercutiu na mídia tendo em vista a peculiaridade do cancelamento dos festejos tradicionais, só registrado anteriormente no ano de 1961, como consequência de uma grande seca. Ainda assim, nada comparado aos efeitos desta crise sanitária global, o que torna imprescindível o trabalho de produção de dados mais detalhados sobre os impactos econômicos, sociais e culturais da medida.
O lançamento da pesquisa “Impactos da Covid-19 nos Festejos Juninos da Bahia” tem como objetivo mensurar os efeitos da atual crise de saúde pública para os municípios e profissionais promotores de eventos juninos. Dentre os temas pesquisados estão a identificação do perfil dos impactados, atividades afetadas, a escala de grandeza das perdas financeiras, implicações no mercado de trabalho da economia criativa durante os festejos juninos e as estratégias que estão sendo acionadas para enfrentar a situação.
Os resultados da pesquisa poderão contribuir para a tomada de decisão de entes públicos e privados em relação às estratégias futuras. Como ressalta uma das coordenadoras da pesquisa, Lúcia Aquino, “É importante destacar que os festejos juninos representam a primeira ocorrência de cancelamento no calendário de festas populares de grande porte do país, pós medidas de isolamento. Esperamos que a pesquisa possa gerar subsídios para as medidas que deverão ser executadas nos próximos meses, tendo em vista a possibilidade de cancelamentos no calendário festivo do verão da Bahia”.
Desenvolvida pelo Observatório de Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA), em parceria com a União dos Municípios da Bahia (UPB) e o portal “São João na Bahia”, a pesquisa realizará entrevistas a gestores e funcionários públicos; profissionais e organizações artísticas, culturais e criativas, com ou sem fins lucrativos; além de entidades de representação do comércio e serviços, e barraqueiros locais. A iniciativa faz parte de um projeto mais amplo do OBEC-BA sobre os impactos da COVID-19 no setor cultural e criativo, que vem sendo realizado desde março deste ano, e tem abrangência nacional.
Foto: divulgação