Após quase quatro meses de isolamento social e em pleno pico da pandemia na Bahia, surge uma tênue luz no fim do túnel. A luz vem da constatação de que Salvador apresenta sinais de que está chegando a um platô de casos de Covid-19, uma estabilizacão que ainda pode levar algumas semanas, mas que tem como resultado a queda dos casos. A luz surge também do lançamento pelo governador Rui Costa e pelo Prefeito ACM Neto dos protocolos necessários para a retomada das atividades econômicas e o estabelecimento de definições sobre quando e como será a reabertura.
É verdade que uma certa frustação ficou pairando no ar, pois os empresários queriam uma retomada imediata, mas registre-se aqui a preocupação tanto do governador quanto do prefeito com a vida das pessoas ao condicionarem a retomada à taxa de ocupação das UTIs em Salvador. Note-se que ao fazer isso, prefeitura e governo vincularam a situação da capital a dos demais municípios da região metropolitana e, em última análise, ao estado como um todo. Em outras palavras: a curva da pandemia em Salvador já está se estabilizando, mas ainda não atingiu o pico na Bahia, assim, adotando outros indicadores como o fator R e a taxa de contágio, a capital já estaria em condições de entrar na fase 1 da reabertura.
Mas, infelizmente, isso não seria possível pois as UTIs da capital são utilizadas pelos municípios da RMS e de várias regiões. Nesse sentido, a decretação pelo governo do toque de recolher nos municípios da RMS tinha de fazer parte do plano e precisa dar resultados, forçando a queda de novos casos de coronavírus na área metropolitana, para assim permitir a redução para 75% na taxa de ocupação das UTIs em Salvador. Mas a boa notícia é que 75 novos leitos de UTI serão criados na Arena Fonte Nova nas próximas semanas e podem viabilizar a meta e assim dar o start na reabertura ainda este mês.
Mas atenção: será preciso muita fiscalização e a consciência dos soteropolitanos e dos metropolitanos para manter os níveis de isolamento social, sob pena da reabertura ser adiada para agosto. No entanto, há luz no fim do túnel, não só porque com o estabelecimento do critério de reabertura os agentes econômicos poderão se planejar, mas também porque os protocolos anunciados são técnicos e racionais. E isso era indispensável, pois não basta apenas decretar a reabertura, é preciso dar segurança a população de modo a que ela possa ter de volta o comércio e os serviços, mas com a garantia de que está sendo protegida das aglomerações e do contágio.
O berço político do governador Rui Costa foi o Polo Petroquímico, por isso a reabertura da Fafen – Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, fechada pela Petrobras, era questão de honra. E esta semana a Secretaria de Desenvolvimento Econômico assinou um protocolo de intenções que vai viabilizar a retomada da produção, com um investimento de R$ 95 milhões. Arrendada pela Proquigel, a Fafen é a única produtora nacional de fertilizante nitrogenados, insumo fundamental para o agronegócio e, se fosse fechada, seria necessário a importação do produto. E a Fafen e toda cadeia de gás e óleo terão redução do preço do gás viabilizada pela Secretaria de Infraestrutura com a liberação de compra no mercado livre.
UMA NOVA CERVEJA NA BAHIA
O portal Bahia Econômica noticiou ontem com exclusividade que o governo do Estado, através da Secretária de Desenvolvimento Econômico, está negociando a vinda da Cervejaria Cidade Imperial para Alagoinhas, num investimento que pode chegar a R$ 1,2 bilhão, com a criação de 350 empregos. O secretário e vice-governador João Leão está comemorando, afinal Alagoinhas já é a capital da cerveja, e sede de um dos maiores polos de bebidas do país e o novo investimento fortalece essa posição. Lá já estão instalados o grupo Kirin Brasil, comprado pela Heineken, e o grupo Petropólis, da Cerveja Itaipava, além de indústrias de refrigerantes. Cerveja se faz com água, e a de Alagoinhas é a melhor do país.