A disputa aberta entre as alas ideológica e militar pela vaga de ministro da Educação evidencia o descaso com o setor em 18 meses do governo de Jair Bolsonaro. O posto ficou vago diante do pedido de demissão nesta terça-feira (30) de Carlos Decotelli, que não chegou a tomar posse na pasta. A ala militar deve ganhar a queda de braço em relação aos chamados “olavistas” do governo, os seguidores do ideólogo Olavo de Carvalho. O reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correia, disputa a vaga e tem o apoio dos militares do governo.
Mas, a queda de Decotelli por causa de um currículo falso mostrou apenas a face mais visível da paralisia no setor educacional. Em um ano e meio, a pasta terá agora o quarto titular. O primeiro, Ricardo Vélez Rodríguez, caiu por deficiência de gestão. Já o sucessor, Abraham Weintraub, assumiu com o objetivo de fazer um loteamento ideológico no Ministério da Educação e ganhou holofote com uma agressiva militância virtual. Caiu após se envolver em uma série de polêmicas e ser investigado por ataques aos ministros do Supremo. Resultado: uma gestão sofrível, que deixou uma herança de graves problemas no setor.
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