As vendas do varejo na Bahia do mês de abril, deste ano, tiveram as maiores quedas em 20 anos desde que foi iniciada a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, em 2000. Em relação a março, a queda foi de 17,4%, na série livre de influências sazonais, e na comparação com abril de 2019 a retração chegou a 25,6%.
Na passagem de março para abril, o comércio varejista baiano teve um resultado pior que o do Brasil como um todo, onde as vendas caíram 16,8%, também o maior recuo em 20 anos, com retrações em todas as 27 unidades da Federação. Na comparação abril/20 com abril/19, o desempenho das vendas na Bahia também foi pior que o nacional (-16,8%) e a 5ª queda mais acentuada entre os estados.
Com o desempenho de abril, as vendas do varejo baiano acumulam queda de 8,3% nos quatro primeiros meses de 2020, frente ao mesmo período de 2019. Já no acumulado dos 12 meses encerrados em abril (frente aos 12 meses anteriores), o desempenho do comércio ficou negativo em 0,7%.
De acordo com a pesquisa divulgada hoje (16), em abril, na Bahia, 7 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui as vendas de automóveis e material de construção) tiveram quedas, frente ao mesmo mês de 2019. Apenas as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%) tiveram variação positiva, a segunda seguida no ano de 2020.
Além disso, dos 7 segmentos com resultados negativos no estado, 6 tiveram suas maiores quedas nas vendas em 20 anos. A única exceção ficou com os Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-11,4%), que mostraram o recuo menos intenso no mês. Com a terceira maior queda nas vendas em abril (-64,9%), o segmento de tecidos, vestuário e calçados foi, mais uma vez, o que mais contribuiu para o tombo histórico do varejo na Bahia.
A segunda principal influência no resultado geral das vendas no estado veio do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-62,0%). A atividade engloba parte representativa dos grandes sites de comércio on-line. As maiores retrações nas vendas vieram dos segmentos de Livros, jornais, revistas e papelaria (-81,4%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-69,0%). Apesar de terem relativamente pouca influência no desempenho geral do comércio baiano, são atividades que vêm com resultados negativos há bastante tempo e aprofundaram de forma significativa as quedas em março e abril.
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Foto: Tânia Rego/Agência Brasil