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TURISMO NA BAHIA: O QUE VAI SOBRAR APÓS A PANDEMIA?

Redação - 15/06/2020 09:16 - Atualizado 15/06/2020

O setor de turismo na Bahia, incluindo aí toda a cadeia produtiva –  bares e restaurantes, hotéis, pousadas, locadoras, agências, etc – já não se pergunta mais qual será o prejuízo que a pandemia e o isolamento vão causar no setor. A pergunta agora é: o que vai sobrar do setor após a pandemia? Os dados que mostram o impacto da crise na Bahia são impressionantes.

Segundo a CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, já se pode estimar uma perda acumulada de mais de mais de  R$ 4,07 bilhões de reais no turismo baiano desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março. Na Bahia, apenas 5% dos hotéis do Estado encontram-se abertos e com uma ocupação em torno de 10%. Em Salvador, estima-se que cerca de 10 hotéis e pousadas estão funcionando, num universo de mais de 500. Em locais como Praia do Forte, Morro de São Paulo e Porto Seguro, nas quais cerca de 90% da economia está vinculada ao turismo, a atividade está quase paralisada. Em toda Bahia, os hotéis estão às moscas, os restaurantes fechados ou com pequena receita auferida pelo delivery, as agências de viagens, em sistema de home office, apenas resolvem problemas de remarcação e cancelamentos, as locadoras estão paradas, enfim toda uma rede econômica está prestes a ser esgarçada se nada for feito. E aqui não se falou no desemprego que vem atingindo índices altissímos no setor.

Num quadro como esse já é possível listar dezenas de empresas que já fecharam suas portas ou estão em vias de fechar, se nada for feito imediatamente. Estima-se que  cerca de 50% dos bares e restaurantes e das agências de viagens vão fechar as portas ao final desse processo. As ações já adotadas pelo Governo Federal na forma de Medidas Provisórias voltadas para a preservação do emprego permitem reduzir o impacto decorrente da queda expressiva do nível de atividade do setor, mas não resolve a questão e empresários do setor afirmar que é urgente a reabertura da atividade, ainda que com uma nova forma de funcionamento.

Os presidente da Salvador Destination Roberto Duran da presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação, Silvio Pessoa já prepararam dossiê completo com protocolos rígidos para a reabertura de pontos ligados ao turismo. O documento é  dividido em duas partes. Uma parte é voltada para o segmento de bares e restaurantes e a outra parte é voltada para a indústria de eventos. Nelas existem regras a serem cumpridas pelos estabelecimentos como higienizarão constante, distanciamento e retirada de objetos não importantes de decoração.

Adotando esse “novo normal”,  é urgente que haja certa flexibilização do isolamento para o setor, sem ceder qualquer espaço para o avanço do vírus, mas viabilizando uma abertura racional, como já vem sendo feito em outros países. Se isso não acontecer o mais breve possível, a atividade turística não vai precisar calcular o prejuízo monumental, vai calcular quantas empresas sobraram no setor. (EP – 15/06/2020).

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