O governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), continuam com mandatos bem avaliados pela população. Segundo pesquisa A Tarde – data poder 36057% dos baianos consideram a gestão do petista ótima ou boa. Já 76% dos soteropolitanos acham o mesmo do governo de Neto. Divisão de estudos do jornal digital Poder360, o DataPoder360 realizou levantamentos com dois recortes diferentes, entre os dias 25 e 27 de maio. Na etapa estadual, foram ouvidas 2.500 pessoas, em 209 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Em Salvador, o instituto entrevistou 800 pessoas.
Os números têm margem de erro de 3,5 pontos percentuais. Ambas as pesquisas foram feitas por telefone e possuem intervalo de confiança de 95%. Desta vez, o estudo não trouxe avaliações sobre como baianos e soteropolitanos têm encarado o trabalho de Rui e Neto no combate ao novo coronavírus (Covid-19).
Os resultados revelam que a avaliação positiva de Rui cresceu quatro pontos em relação ao levantamento anterior, feito entre 11 e 13 de maio, quando ótimo e bom representavam 53% da população. Já aqueles que consideram a gestão regular saíram de 34% para 26%. Ruim e péssimo oscilou de 10% para 11%; não sabem ou não opinaram, de 3% para 6%.
O prefeito ACM Neto teve oscilação negativa na avaliação entre as duas pesquisas, mas ela ainda permanece acima da média baiana. Ela caiu de 79% para 76% de ótimo e bom, enquanto o trabalho dos prefeitos é visto da mesma forma por 47% da população do estado. Regular saiu dos anteriores 15% para 20%; ruim e péssimo, de 1% para 3%. Não sabem ou não opinaram eram 1%. Agora, são 5%.
Rui viu um salto na sua popularidade em Salvador nos últimos 15 dias. Aqueles que avaliam o governo como ótimo e bom saíram de 63% para 71%, um aumento de oito pontos percentuais. Os que acham a administração regular somam 17% contra 28% da pesquisa anterior. Ruim e péssimo saíram de 5% para 8%. Não sabe ou não opinaram permaneceram em 4%.
A pesquisa ainda perguntou qual a opinião dos que avaliam positivamente o governo de Jair Bolsonaro sobre a gestão petista. Neste grupo, 36% consideram a administração ótima ou boa, 26% acham regular e 26% ruim ou péssima. Os números mostram que, à medida em que avaliação negativa do presidente cresce, a positiva de Rui sobe. Entre os que acham o governo federal ruim ou péssimo, 72% veem o estadual como ótimo ou bom. Isso revela que fazer oposição a Bolsonaro traz bons dividendos políticos ao petista.
Já no cruzamento entre Neto e bolsonaristas, os números evidenciam alinhamento entre eleitores do presidente e o prefeito. Neste grupo, 65% acham que a gestão é ótima ou boa; 21%, regular; e 11%, ruim ou péssima. Entre os que veem Bolsonaro como ruim ou péssimo, a avaliação positiva de Neto também sobe, mas em escala bem menor que a de Rui. Neste recorte, 79% encaram a administração do também presidente nacional do DEM como ótima ou boa. No rol dos que acham o governo Bolsonaro regular, Neto tem 80% de ótimo e bom.
O melhor desempenho de Rui está entre pessoas mais ricas, com renda acima de 10 salários mínimos (75% de ótimo e bom), idosos (60%) e pessoas que não frequentaram a escola. Por outro lado, o governador vai bem nos demais grupos, a exemplo daqueles com Ensino Superior (63%) e pessoas em faixas etárias que variam entre 16 e 59 anos, nas quais a avaliação positiva de seu governo oscila entre 55% e 58%.
A pesquisa também aponta a disparidade no desempenho do governador na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e no resto do estado. Na RMS, seu governo é ótimo e bom para 72% da população. Já no interior, o percentual cai para 52%. Não há dados estratificados sobre perfil dos entrevistados em Salvador. Para o cientista político Cláudio André de Souza, chama atenção a polarização entre Rui e apoiadores de Bolsonaro e o fato de que a avaliação positiva de Rui Costa cresceu entre os que consideravam a gestão regular na pesquisa anterior.
“O principal aspecto da pesquisa é, portanto, a manutenção da popularidade Rui, no entanto, quando estratificado o dado para os moradores do interior avaliam menos positivamente o governo, o que envolve o perfil e a alocação das políticas públicas nas regiões diferentes do estado”, analisou.
Souza ainda creditou o aumento da popularidade do governador na capital baiana ao trabalho conjunto com o prefeito ACM Neto, seu principal adversário político, no combate à pandemia. “Tivemos a ações tomadas concretamente por ambos, como o adiantamento dos feriados municipais e estaduais, sendo que Salvador tem uma quantidade significativa de famílias chefiadas por servidores públicos”, pontuou. Já a popularidade estável do prefeito foi encarada pelo cientista político como sinal de que não houve rompimento da base bolsonarista com Neto, apesar das medidas tomadas por ele na cidade serem contrárias ao que defende publicamente o presidente da República.
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