A Comissão de Ética Pública da Presidência da República determinou que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, explique as declarações que deu na reunião ministerial de 22 de abril. O vídeo da reunião foi divulgado na sexta-feira por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, relator do inquérito que investiga suspeita de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Na reunião, Weintraub disse: — Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF. O ministro disse ainda odiar os termos “povo indígena” e “povo cigano”. E cita, inclusive, o fato de estar respondendo a outros processos na comissão. — Eu tô com um monte de processo aqui no comitê de Ética da Presidência. Eu sou o único que levou processo aqui. Isso é um absurdo o que tá acontecendo aqui no Brasil. A gente tá conversando com quem a gente tinha que lutar — disse Weintraub.
Em janeiro deste ano, Weintraub foi advertido pela Comissão de Ética por falta de decoro após comparar os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff à cocaína encontrada em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A comissão deve analisar também o fato de Weintraub ter usado assessores do ministério como advogados em ações de interesse particular, conforme revelado pelo GLOBO. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) entrou com uma representação no órgão sobre o caso, mas o assunto ainda não foi analisado, segundo Lucon.
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