Por: João Paulo Almeida
Bahia Econômica – Nesse período de quarentena as pessoas estão tendo mais dificuldade para se exercitar e fazer dieta. Como consulta nutricional pode ajudar nesse sentido?
Cesár Terrin – Todo mundo acredita ser um pouco nutricionista, percebemos isso quando as pessoas comentam que “sabem o que fazer, só não conseguem colocar em prática”. O fato é que nosso corpo, nossos hormônios, nossa rotina mudam constantemente. Durante uma pandemia isso ganha ainda mais intensidade, nos movimentamos menos, não conseguimos fazer a mesma quantidade de exercícios, a compulsão alimentar aumenta, as emoções aparecem. Uma consulta nutricional significa que um profissional que estudou pelo menos 4 anos avaliará todo o seu cenário e desenvolverá um plano alimentar individualizado considerando: sua rotina, o que você gosta, quais emoções está sentindo, sinais e sintomas e te ajudará a passar por esse momento da melhor forma possível.
BE – Você acredita que no período pós pandemia essa modalidade vai se manter forte?
CT – Sim, acredito que essa modalidade veio pra ficar. O atendimento online democratiza o acesso tanto para o paciente, quanto para o profissional. A N2B sempre teve essa missão de democratizar o acesso à nutrição de qualidade, tornando-a mais fácil, acessível e inteligente. O teleatendimento faz com que tudo isso seja possível, então encerrar esse movimento seria devolver a nutrição apenas para as camadas mais altas da sociedade. Vemos no grupo de risco do covid-19 diversas doenças relacionadas à alimentação como: obesidade, hipertensão, diabetes. Não democratizar a nutrição é manter a população nesse grupo de risco.
BE – Quais os principais diferenciais desse atendimento?
CT – A única diferença é não haver um exame de composição corporal (que poderá ser feito em uma clínica posteriormente). A nutrição tem aspectos muito exatos com cálculos de micro e macro nutrientes, quantidades, calorias, mas na n2b acreditamos muito no poder da nutrição comportamental, na reeducação alimentar, na transformação da relação com a comida. O comportamental é o que mais está impactando as pessoas nesse momento, as compulsões, a busca por alimentos que nos trazem boas lembranças, a bebida alcóolica, e tudo isso é abordado e coberto em uma consulta online.
BE – Como acontece exatamente o atendimento?
CT – Nossos profissionais atendem sempre no horário previsto, começam entendendo o objetivo dos pacientes e as dificuldades para atingi-los, em seguida levantam sinais e sintomas, recordatório alimentar e estão com as informações necessárias para montarem os planos alimentares. O plano é gerado de acordo com o que foi combinado com o paciente e é entregue em até 3 dias úteis (não usamos “dietas de gaveta”). O acompanhamento é feito via aplicativo com avaliação de todas as refeições postadas e chat para dúvidas ilimitado.
BE – Nesse atendimento é necessário apresentar algum tipo de exame?
CT – A grande maioria dos planos de saúde não aceita pedido de exame proveniente de nutricionistas, por isso, quando identificamos a possibilidade de um diagnóstico de diabetes ou hipertensão, por exemplo, sugerimos que o paciente busque um médico para a realização de um exame. Quando o paciente já vem diagnosticado ele costuma trazer os exames para que o plano alimentar siga alguns cuidados.
BE – Existe algum tipo de acompanhamento do processo evolutivo, como vai ocorrer?
CT – Todos os nossos programas são de acompanhamento contínuo. O que é combinado na consulta nem sempre se aplica 100% na prática, então nossa equipe está disponível todos os dias para tirar dúvidas, fazer ajustes, orientar em substituições, compartilhar receitas. O programa é realmente completo!. Nossa proposta é uma reeducação alimentar sustentável: da mesma forma que as pessoas praticam exercício físico 3 vezes por semana e trocam de treino a cada 3 meses, elas precisam fazer acompanhamento nutricional e ajustar a dieta para continuarem avançando em resultados. Essa é a revolução para não trabalharmos mais com dietas hiper restritivas e efeitos sanfona que geram mais ansiedade e distanciam as pessoas da nutrição.
Foto: divulgação