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ADVOGADO CONFIRMA REUNIÃO NA CASA DE MARINHO EM 2018

Redação - 20/05/2020 07:00 - Atualizado 20/05/2020

Os advogados de Victor Granado Alves admitiram nesta terça-feira que ele foi a uma reunião com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na casa do empresário Paulo Marinho em dezembro de 2018. Na reunião, segundo Marinho, Flávio contou sobre o vazamento de informações de um delegado da Polícia Federal sobre Fabrício Queiroz dois meses antes. No domingo, Flávio tinha soltado nota informando apenas que o empresário lhe causava “pena” e que “sobre as estórias, não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos”. Paulo Marinho vai prestar depoimento nesta quarta-feira à Polícia Federal do Rio.

“Vitor Granado esteve presente em reunião na residência do empresário Paulo Marinho na qualidade de advogado do então deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, razão pela qual está impedido de comentar os fatos lá debatidos por força da relação profissional e do sigilo inerente ao exercício da advocacia”, informou a nota dos advogados Gustavo Teixeira e Rafaell Kullmann, que representam Victor Granado Alves.

Alves assessorou Flávio na Alerj entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2019. Depois disso, foi lotado na liderança do PSL, quando Flávio era presidente do partido no Rio, mas com a saída do senador do PSL, Alves também perdeu o cargo. Ele é investigado junto com Flávio e Queiroz pelo Ministério Público do Rio no procedimento que apura peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito do gabinete devido à “rachadinha”, prática de devolução dos salários de servidores. Alves como Flávio e Queiroz também teve o sigilo bancário e fiscal quebrado pelo TJ do Rio em abril do ano passado.

Além dele, sua mulher, Mariana Granado também consta como assessora de Flávio no Senado desde março do ano passado. O salário dela é de R$ 22,9 mil. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o PSL nacional, antigo partido de Flávio, contratou em fevereiro de 2019 um escritório de advocacia de Victor Granado Alves e, ao longo de 13 meses, pagou cerca de R$ 500 mil por um trabalho de regularização dos diretórios municipais do estado do Rio de Janeiro. A contratação teria ocorrido por indicação de Flávio.

Em nota, a defesa de alves também nega irregularidades na sua relação com Flávio Bolsonaro e aponta que ele exerceu serviços advocatícios para o PSL. Disse ainda que foi alvo de quebra de sigilo apenas pelo fato de ser assessor parlamentar de Flávio. “Todos os quase cem assessores parlamentares que trabalharam no gabinete do então deputado estadual Flavio Bolsonaro tiveram seus sigilos quebrados por dez anos, independentemente de qualquer fundamentação individualizada, pelo simples fato de serem assessores daquele gabinete”, afirma a nota da defesa. O empresário Paulo Marinho foi intimado para prestar depoimento nesta quarta-feira na Superintendência da Polícia Federal do Rio em um novo procedimento de investigação instaurado para apurar eventual participação de servidores no vazamento de informações sobre a Operação Furna da Onça.

Foto: divulgação

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