Com a suspensão das aulas ou sua realização à distância, o adiamento das provas do Enem tem sido defendido por instituições como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e até dos servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão federal responsável pelo exame. A proposta ganhou apoio também no parlamento brasileiro.
Presidente da Comissão de Educação (CE) do Senado, Dário Berger (MDB-SC) avalia que as condições de preparação para o exame são insuficientes, principalmente para estudantes de escolas públicas e de cidades do interior. Em entrevista à Rádio Senado nesta sexta-feira (15), Berger sugeriu ao governo que consulte as secretarias estaduais para conferir os impactos da pandemia na aplicação dos conteúdos. A realização dos exames está programada para novembro, tanto na forma presencial como no inédito formato digital.
Outro apoio ao adiamento veio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tratou do tema com o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira. “Um pleito importante que fiz ao presidente, e ele ficou muito sensível, ficou de dar uma resposta”, disse Rodrigo Maia. Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a insistência do governo em manter o calendário é um ato de “irresponsabilidade e covardia”. “Favorecerá os privilégios, agravará desigualdades. Não podemos aceitar. Já acionamos a Justiça e faremos o que for necessário”, escreveu o senador, no Twitter.
Projetos
Conforme a Agência Senado, os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Daniella Ribeiro (PP-PB) e Jader Barbalho (MDB-PA) já apresentaram propostas legislativas para tratar do assunto. “Lembremos que apenas 36% dos alunos da rede pública no país têm acesso à internet em casa. Ou seja, a cada dez alunos, seis não têm como estudar. É desumano pressionar esses estudantes neste momento de luto no Brasil”, disse o parlamentar paranese.
Foto: Agência Brasil