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‘FINANCIAL TIMES’ APONTA SUBNOTIFICAÇÃO DA COVID-19 NO BRASIL

Redação - 20/04/2020 12:46 - Atualizado 20/04/2020

O jornal inglês Financial Times destacou nesta segunda-feira (20) o receio de coveiros de São Paulo de que a taxa de mortes no Brasil em decorrência da infecção pelo novo coronavírus seja mais alta que a registrada oficialmente. A reportagem conversou com trabalhadores do cemitério da Vila Formosa (SP) – o maior do País -, que chamou atenção no fim de semana pelo grande número de novas covas sendo abertas à espera de vítimas da covid-19.

A publicação cita também reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, do dia 13 de abril, que mostrou que as mortes registradas como insuficiência respiratória e pneumonia no Brasil foram 2.239 a mais em março de 2020, em comparação com março de 2019. E as estimativas do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS) – grupo que reúne pesquisadores da USP, PUC, UFRJ e Fiocruz, dentre outras instituições – que apontam para a existência de 12 vezes mais casos de coronavírus que os registrados oficialmente. Os números divulgados neste domingo (19) pelo Ministério da Saúde eram de 38.654 casos, com 2.462 mortes. Por essa estimativa, já teríamos mais de 450 mil casos, ressalta o jornal inglês.

A reportagem também critica Bolsonaro. “O presidente Jair Bolsonaro é um dos poucos líderes mundiais minimizando os riscos do vírus. Ele alega que a pandemia criou um ‘clima de terror’ e criticou governadores estaduais por imporem bloqueios parciais. Na quinta-feira, demitiu seu popular ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, médico, que divergiu publicamente de seu chefe ao defender um maior distanciamento social, e que admitiu que havia mais casos do que os confirmados ‘Estamos vendo apenas a ponta do iceberg’, disse ele no mês passado.”

 

Foto: Nelson Almeida/AFP

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