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SALVADOR TEM APENAS 3% DE OCUPAÇÃO EM HOTÉIS EM MEIO À PANDEMIA

Redação - 17/04/2020 07:10 - Atualizado 17/04/2020

Impactado pelo cenário de pandemia que impede a vinda de turistas, o hotel histórico Pestana Convento do Carmo anunciou, nesta quinta-feira, a suspensão das suas atividades. Datado de 1586, o conjunto arquitetônico que abriga o hotel está  localizado no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, região tombada pela Unesco.

Há 15 anos a unidade era administrada pelo Pestana Hotel Group, grupo português que possui mais de 100 hotéis espalhados por 16 países. O anúncio do fechamento do estabelecimento tradicional ilustra a crise do setor hoteleiro, mercado que praticamente parou no estado, com mais de 80 cidades atingidas pelo novo coronavírus.

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA), Luciano Lopes explica que muitos dos cerca 3,8 mil estabelecimentos do estado fecharam por não ter escolha, já que não há clientes: “Há muitos hotéis numa situação difícil porque já se passou um mês neste problema e isso não deve durar só mais um mês”.

Com a inatividade do segmento hoteleiro, os empreendimentos dizem ter dificuldade em assumir os compromissos como pagamento da folha de funcionários e quitação de tributos como IPTU. O setor espera que os governos flexibilizem o pagamento das taxas. No momento, com apenas 3% de ocupação em Salvador (quando o esperado era de até 60% a 70% para os meses de março e abril) os ocupantes são tripulantes de companhias aéreas, médicos que têm evitado o contato doméstico para não contaminar familiares e profissionais do mundo corporativo.

Expectativa – No estado, a ABIH-BA estima que mais de 1 milhão de pessoas vivem do turismo, como  profissionais de agências de viagem, locadoras de veículos, motoristas de aplicativo e até baianas de acarajé. “Se cada pessoa dessa tem entre 2 a 4 pessoas que dependem dela, imagine o impacto que elas vão ter, seja com rescisão, ansiedade, desemprego”, completa Lopes. “É tudo muito triste porque esperávamos que esse seria um grande ano para o turismo, com novo aeroporto, novo centro de convenções que reativaria os eventos, a cidade limpa e organizada. Tudo estava aquecido, era o ano da nossa cidade”, lamenta.

Foto: divulgação

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