Em meio a pandemia do novo coronavírus, vemos exemplos de solidariedade. Diante das dificuldades econômicas com o cancelamento de eventos em Salvador, uma cidade que tem grande parte de seu fluxo econômico do turismo e festividades, empresas que prestam serviços com montagens de shows, cenários, congressos e feiras, se uniram em prol de uma causa mais urgente nesse momento: ajudar a quem mais precisa.
Mesmo sem renda e pensando nos prestadores de serviço dessa categoria, que trabalham com diárias, as montadoras conseguiram arrecadar cerca de R$ 9 mil em 150 cestas básicas que foram distribuídas a esses colaboradores.
Dona da LM Montagens e idealizadora da ação, Maria de Lourdes Martins encontrou nas doações uma forma de ajudar profissionais indiretos com montador, ajudante, carregador, marceneiro, eletricista, plotador, que colocaram seus nomes em uma lista organizada previamente.
“As montadoras que participaram deram o que tinham. Muitas delas deixaram de pagar uma conta para ajudar esses trabalhadores autônomos. Sofremos muito com o vírus, só temos dívidas e funcionários para pagar, mas, mesmo assim, ainda pensamos em quem presta serviço para a gente”, disse Maria de Lourdes ao Bahia Econômica, e que pretende repetir ação no próximo mês, porém não dá garantia, tendo em vista as dificuldades que as montadoras estão enfrentando. A quem puder ajudar, ou quem queira entrar na lista das doações, Maria de Lourdes pede que entrem em contato com ela: (71) 8804-3973.
Setor em crise
Cada montadora gera emprego fixo entre cinco a 20 pessoas, e mais 20 a 100 trabalhadores informais. Com os cancelamentos de eventos na capital baiana, Maria de lourdes estima prejuízos que podem chegar a R$ 500 mil somente na LM Montadora. A proprietária afirma ainda que precisou demitir oito de seus funcionários formais.
Uma solução encontrada pelas empresas que prestam esse tipo de serviço, seria a participação direta na montagem dos hospitais de campanha que estão sendo erguidos em consequência da pandemia, “já que fomos os primeiros a ser afetados e poderemos ser os últimos a nos recuperar”, diz Lourdes.
Em carta aos poderes Executivos do município do Estado, as montadoras compreendem e reafirmam a necessidade do isolamento social, mas pleiteiam a oportunidade de participar de licitações para a montagem dos hospitais de campanha a fim de amenizar a crise financeira que, segundo Lourdes, ainda pode piorar.
De acordo com as empresas, todo o material utilizado nas estruturas de saúde, são os mesmos utilizados, como PVC e ou Dry Wall, porém alertam que esses são “materiais pouco recomentado para tal finalidade devido a uma serie de inconvenientes tais como umidade e incêndio”, e ainda fazem a sugestão “utilizando-se o octanorm atendemos dentro dos padrões internacionais de montagem de estruturas temporárias para área da saúde o que estão sendo utilizados em todo Brasil e no resto do mundo”, diz o documento.
“Ainda esperamos por uma reparação que comtemple os pacientes com um material de montagem mais adequado, os nossos trabalhadores diretos e indiretos com a manutenção de seus empregos, nossos fornecedores e nossas empresas. Por último, queremos informar que com absoluta certeza nossos preços são infinitamente menores, o que garantiria ao Estado uma economia para os cofres públicos neste momento de grandes dificuldades”, finalizam em documento.
Assinaram a carta Acert Arquitetura e Design Ltda ; Conceitto Feiras e Congressos; Easy Stands e Cenografias; Heymos Ribeiro de Moura Prime; LM Montagem e Eventos Ltda ME; MCOSTA STANDS E EVENTOS LTDA; Mais Estruturas & Cenografias Eirelle; Stand1 – FJ Organização de Feiras e Congressos; Z5 montagens e eventos Ltda; 3WS Brasil publicidade e eventos; e Kit Stand Montagens Promocionais Ltda.
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