O Bairro Meireles, considerado área nobre de Fortaleza, apresenta mais casos confirmados de Covid-19 do que outros 10 estados do Brasil. De acordo com um mapa da Prefeitura de Fortaleza obtido pelo G1, com veracidade confirmada pela Vigilância Epidemiológica do Município, o bairro concentra 163 casos confirmados da infecção viral, até a tarde de domingo (12). Fortaleza, que concentra a maioria dos registros de Covid-19 no Ceará, chegou a 1.686 casos confirmados da doença nesta segunda-feira (13). Em todo o estado, até as 17h15, a plataforma IntegraSUS contabilizava 101 óbitos e 1.935 casos de infectados pelo vírus.
Segundo os dados, o bairro Meireles tem o maior número de casos confirmados de todo o Ceará e, além disso, fica a frente de estados como Mato Grosso (134), Mato Grosso do Sul (113), Paraíba (111), Acre (90), Roraima (83), Alagoas (50), Piauí (50), Sergipe (44), Rondônia (42), Tocantins (26), conforme boletim diário divulgado pelo Ministério da Saúde nessa segunda-feira (13). O número também é superior a registros realizados em, pelo menos, 70 países do mundo, inclusive da própria América Latina, de acordo com a Universidade John Hopkins, como Paraguai (147), El Salvador (137) e Jamaica (72).
O mapa também aponta que, até domingo, apenas sete bairros da capital ainda não apresentavam casos confirmados. São eles: Moura Brasil, Conjunto Esperança, Ancuri, São Bento, Bom Futuro, Aerolândia e Sabiaguaba. No entanto, do total de 1.436 confirmações, 373 ainda não haviam sido georreferenciadas pelas autoridades sanitárias, ou seja, ainda não havia a identificação da origem do paciente que testou positivo para a Covid-19. Embora os casos ainda não estejam em 100% dos bairros, para o gerente da Célula da Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, Antônio Lima, a Prefeitura já considera a circulação viral sustentada em toda a cidade.
Segundo ele, “Houve um epicentro muito importante que pegou sobretudo os casos importados, de pessoas vindas de outros países, de outros estados, isso nos bairros de classe mais favorecida, especialmente em Meireles, Aldeota e Varjota”. Para o chefe da Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, “as duas próximas semanas são críticas e fundamentais para a gente controlar (o vírus), conseguir salvar vidas, oferecer a melhor assistência possível e sair do isolamento mais rápido de maneira gradual”, finaliza.
Foto: Natinho Rodrigues