O governador João Doria (PSDB) anunciou na tarde desta segunda-feira (13) que a taxa de isolamento social subiu de 47% no estado de São Paulo na última quinta-feira para 59% neste domingo (12) de Páscoa. Para tentar impedir o avanço da doença, o governo quer o isolamento da população atinja os 70%. “O esforço que fizemos no final da última semana e a orientação do governo do estado de São Paulo e das prefeituras que compõe os 645 municípios do estado de São Paulo deu certo, subimos de 47 para 59% foi o isolamento social aferido ontem. Uma conquista da população, uma conquista das pessoas de bem, da medicina, da ciência e daqueles que querem a vida, querem viver e querem permitir que outras pessoas tenham direito à vida”, afirmou. O índice de 47% foi registrado na última quinta-feira (9).
O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira (13) durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul de São Paulo. Adesão ao distanciamento social continua abaixo de 60% em São Paulo. De acordo com Doria, agora, o desafio é ultrapassar a barreira dos 60%. “Quanto melhor e maior for o isolamento mais rapidamente sairemos desta crise e voltaremos ao normal, por isso a convicção de que tudo vai passar, mas vai passar se nós pudemos ajudar”, afirmou. Os dados de adesão à quarentena foram obtidos por meio de um sistema de monitoramento que utiliza a geolocalização de smartphones monitorados pelas quatro principais operadoras de telefonia.
Na última quinta-feira (9), Doria já tinha anunciado que iria tomar medidas mais rígidas de quarentena no estado, inclusive com prisão para quem desrespeitasse as orientações, caso o índice de adesão ao isolamento social não alcançasse os 60% no final de semana. “Se nós não elevarmos para mais de 60% na próxima semana, a prefeitura [da capital] e o governo tomarão medidas mais rígidas. Eu queria evitar isso porque medidas mais rígidas significam que as pessoas poderão receber não só multa, advertência, mas também voz de prisão”, disse o governador.
A Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo, Defenda PM, se manifestou contra a medida de impedir a livre circulação das pessoas. No entanto, nesta segunda, o governador teve um discurso mais flexível e recuou na adoção de medidas mais rígidas. “Nunca um governador de São Paulo desejou limitar o direito de ir e vir, mas não faremos mas não faremos nenhum estímulo para que as pessoas possam se aglutinar presencialmente deliberadamente ou não e desrespeitar as orientações de quarentena e desrespeitar o direito à vida.”
Foto: Ronaldo Silva/Estadão Conteúdo