Enquanto o setor produtivo da economia brasileira luta para sobreviver à pandemia, 3 bancos privados – Bradesco, Itaú e Santander – agem como se fosse hora de ganhar dinheiro. E, enquanto na propaganda televisiva dizem estar prontos “para cuidar de todos” ou “superar esse momento”, na vida real aumentam os juros e os spreads e exigem garantias impossíveis de cumprir em tempos de pandemia, emperrando as linhas de créditos que o governo está disponibilizando para as empresas.
O governo reduziu o depósito compulsório e o BNDES colocou recursos subsidiados no sistema bancário para ajudar pequenas e médias empresas, mas os bancos passaram a cobrar 8% de spread na operação, fazendo o juro pular para 15% ao ano, quando a taxa Selic está em 3,75%. E ainda aumentaram a burocracia nos cadastros, exigindo avalistas e garantias. Não é de admirar, os bancos preferem aplicar o dinheiro em Títulos do Tesouro e ganhar mais com menos risco. A busca por lucros é tão grande que um desses bancos colocou na TV, em pleno horror com as mortes pelo coronavírus, um anúncio vendendo seguros com descontos para médicos e enfermeiras.
Mas o pior é que eles estão retardando os empréstimos que o governo colocou à disposição dos empresários. Para reduzir a burocracia, o governo vai ter de assumir a maior parte dos riscos bancários usando os fundos de bancos públicos e recursos do Tesouro Nacional. Ou seja, os bancos ficarão com o lucro e governo com o risco. Para tentar impedir que eles direcionem os recursos, o CMN – Conselho Monetário Nacional proibiu temporariamente a distribuição de lucros e o aumento da remuneração dos executivos. Foi uma intervenção direta do estado no mercado e foi correta, afinal um cartel, onde 3 bancos combinam práticas e preços não tem nada a ver com o liberalismo econômico.
A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil estão, é verdade, com posturas mais adequadas na crise, mas, ainda assim, não podem fugir as regras do cartel. A verdade é que os 3 maiores banco privados do país, que tiveram um lucro de R$ 63 bilhões em 2019 e uma taxa de retorno que supera a de qualquer negócio no Brasil e no mundo, deveriam estar contribuindo mais com a população. Mas fica a lição: passada a crise, o governo tem de abrir o mercado bancário e estimular o surgimento de bancos digitais e de fintechs, para assim reduzir a voracidade do cartel de bancos.
A NOVA NORMALIDADE
A nova normalidade é o comércio digital e a logística mais adequada para os fretes e as entregas. As empresas e os prestadores de serviço precisam digitalizar seu negócio para atingir o cliente que está fechado em casa. Mas precisam fazer isso mantendo a qualidade. Nessa hora, o controle de qualidade é fundamental, mas em Salvador ainda se verifica em muitos estabelecimentos a baixa qualidade no atendimento. Seja nos produtos que entregam, especialmente os restaurantes, delicatessen e supermercados, seja no frete ou no tempo de entrega, muito ainda precisa ser melhorado nesse mercado. E esse é o futuro, pois quanto tudo voltar ao normal o delivery já terá se tornado a nova normalidade.
A ARENA E O CORONAVÍRUS
A Arena Fonte Nova vai se tornar um hospital de campanha, com leitos clínicos que irão ampliar a capacidade de atendimento da Secretaria da Saúde da Bahia neste cenário de pandemia. Na verdade, desde que foi inaugurada, a Arena Fonte Nova se integrou a sociedade e a realidade baiana e vem atuando como um espaço multiuso, promovendo grandes eventos esportivos nacionais e internacionais, shows de artistas famosos do Brasil e do mundo, eventos infantis, feiras, festas e comemorações. E, além disso, realiza eventos beneficentes e sediou a primeira celebração em solo baiano pela canonização de Santa Dulce dos Pobres. Agora chegou a hora de ajudar no combate ao coronavírus.
Publicado no jornal A Tarde em 9/04/2020