Após os ataques públicos do presidente Jair Bolsonaro ao ministro Luiz Henrique Mandetta, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fizeram um apelo para que o comandante da Saúde resista e não sai do cargo. Ambos disseram a Mandetta que o ministro tem o apoio da sociedade e também do Congresso e, de acordo com relatos, afirmaram que cabe ao presidente da República assumir o ônus por tomar a decisão de demiti-lo.
Os três jantaram na residência oficial do Senado, nesta quinta-feira, horas depois de Bolsonaro ter feito a declaração à rádio Jovem Pan. Antes da conversa, Alcolumbre, Maia e Mandetta assistiram juntos ao trecho em que o presidente disse, entre outras coisas, que estaria “faltando humildade” ao auxiliar. O encontro foi revelado pela coluna Radar, da revista “Veja”, e confirmado pelo Globo, e terminou por volta da 1h30 da madrugada. Alcolumbre já estava falando com o ministro por telefone, quando resolveu chamar Maia para se juntar aos dois.
Na entrevista, Bolsonaro disse que “falta humildade” ao auxiliar da Saúde e acrescentou que “nenhum ministro é indemissível”. A avaliação dos chefes do Legislativo foi a de que Bolsonaro “demitiu Mandetta ao vivo”. O ministro voltou a dizer que a situação está insustentável e que os constantes ataque públicos do presidente têm “minado” toda a equipe do Ministério da Saúde. Mandetta, de acordo com os relatos, teria dito que, no momento em que a pasta precisa se dedicar ao controle da pandemia do novo coronavírus no país, ele está gastando energia com uma disputa de narrativa.
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