O médico infectologista e pesquisador chefe do Instituto de Tecnologia em Saúde do Senai/ Cimatec Roberto Badaró defendeu, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (16), medidas que devem ser incluídas em plano de ações de contingência diante da pandemia do novo coronavírus. “Por exemplo, uma coisa que é plano de contingência e que não vi: os ônibus não pode circular com o total de pessoas em pé. Não pode. Tem que reduzir a um terço o número de pessoas dentro do coletivo. Isso é uma determinação para que as pessoas que têm que se transportar, que não podem deixar de ir, possam ir com mais segurança. Isso tem que ser feito por determinação”, recomendou.
Ao ser questionado por um ouvinte, Badaró ainda afirma que seria necessário o uso dos ônibus com janelas abertas e sem uso do ar-condicionado. Em Salvador, uma parcela dos coletivos são climatizados. “Acho que isso está correto. Evidentemente que, com a recirculação do ar, o vírus passa no filtro do ar-condicionado. Então ele recircula com mais facilidade. Tem que abrir a janela mesmo”, defendeu. O infectologista também comentou o decreto municipal que suspende a realização de eventos com público igual ou maior de 500 pessoas. Para ele, o limite deveria ser de público igual ou maior de 50 pessoas. “O ideal é que mantenha-se reuniões pequenas, com pessoas essenciais que podem se comunicar uma com a outra”, disse.
Badaró também disse que, caso uma pessoa jovem, de 20 a 29 anos, apresente sintomas do novo coronavírus, é recomendado que fique em casa, em lugar de procurar unidades de saúde, as quais devem ser prioridade para os grupos de risco e idosos. “Pessoas com essa faixa etária (20 a 29 anos) que tiveram sintomas respiratórios fiquem em casa, não devem ir para o posto de saúde. Essa pessoa não deve ir para o posto de saúde, porque se a doença se manifestar severa e ele começar com falta de ar, dá tempo de ir para o serviço. Então não é nenhum sintoma de febre e tosse que tem que procurar serviço de saúde. Os idosos devem ter prioridade de atendimento. Esses, sim, tem que ter prioridade de atendimento”, declarou.
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