O Legislativo baiano concedeu o Título de Cidadã Baiana à empresária paulista Flora Gil, em uma sessão especial que privilegiou, a todo momento, referências à poesia presente nas canções do compositor Gilberto Gil, marido da homenageada, além da música e religiosidade afro-brasileira. A solenidade, bastante concorrida, contou com a presença de artistas, músicos e ativistas de movimentos culturais de Salvador, empresários, produtores, além de autoridades religiosas de matriz africana, entre outros segmentos.
Flora Gil adentrou o plenário da Casa acompanhada por Gilberto Gil, ao som dos trompetes do Filhos de Gandhy. Após a execução do Hino Nacional, o Cortejo Afro fez um tributo com tambores e o refrão popular: “Um abraço negro/ Um sorriso negro/ Traz felicidade/ Negro sem emprego/ Fica sem sossego/ Negro é a raiz da liberdade”. Houve ainda a participação da Banda Didá, cantando É d’Oxum (Gerônimo / Vevé Calazans); e do violonista Toinho Britto, do sanfoneiro Cicinho de Assis e de sua filha, Julie de Assis, que entoaram a música que Gil compôs para sua musa, cujo nome que dá título e enreda a canção: “Imagino-te já idosa / Frondosa toda a folhagem / Multiplicada a ramagem / De agora”.
“A homenagem do dia de hoje é uma forma de reconhecermos e agradecermos a ela por sua grande atuação como empresária do chamado ‘show business’, seu empenho em investir na Bahia e se vestir da cultura baiana, não como um folclore, mas sim com respeito e delicadeza”, definiu a deputada Olívia Santana (PC do B), proponente do título. A outorga, justificou a parlamentar, reverencia aquela que criou “o camarote mais inovador, cultural e consistente da festa soteropolitana de Momo, o Expresso 2222, agregando à festa uma marca de compromisso com soluções criativas e pautadas na sustentabilidade”.
Foto: Carlos Amilton