Ainda à espera do “sim” definitivo de Regina Duarte, a equipe do presidente Jair Bolsonaro diz que o chefe não vai tolerar fogo amigo contra a atriz. A expectativa de assessores é que ela oficialize nesta quarta-feira (29) sua entrada na Secretaria Especial de Cultura, apesar dos temores de que as críticas e ataques nas redes sociais possam fazê-la balançar na decisão de participar do governo.
Nesta terça-feira (28) Bolsonaro disse esperar que Regina Duarte tome posse nos próximos dias, mas destacou que ela recentemente virou “vidraça”, um sinal de preocupação do Palácio do Planalto com as notícias divulgadas na última semana sobre pendências da atriz com a Lei Rouanet. O recado da equipe presidencial tem endereço certo, a chamada ala ideológica do governo Bolsonaro, que até então vinha comandando a área cultural e chegou a fazer movimentos contra Regina Duarte.
Na semana passada a atriz esteve em Brasília, conversou com Bolsonaro e membros do governo, mas não respondeu se aceitaria o convite para assumir a secretaria. Essa ala do governo anda insatisfeita com as decisões do presidente, porque, nos últimos dias, perdeu o controle de duas áreas em que dava as cartas: Cultura e Meio ambiente. Com a entrada de Regina Duarte no governo e Hamilton Mourão no comando do Conselho da Amazônia, interlocutores presidenciais dizem que o chefe mostrou mais pragmatismo nos dois casos em vez de ficar apenas buscando reforçar seus laços com o pensamento conservador.
Não significa que a ala ideológica venha a perder influência junto ao presidente, mas a avaliação dentro do Palácio do Planalto é a de que Bolsonaro começou o ano mais focado em tomar decisões que melhorem sua administração e reduzam desgastes dentro e fora do país. No caso de Regina Duarte, uma tentativa de pacificar a relação com o mundo cultural. No de Mourão, de sinalizar a investidores que a política ambiental sofrerá ajustes de rumo. Regina Duarte vai a Brasília, mas não diz ainda se assume secretaria de Cultura.
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