A startup Mojo Vision demonstrou uma lente de contato inteligente capaz de apresentar informações diretamente nos olhos do usuário. A empresa apresentou o dispositivo na feira de eletrônicos de Las Vegas, a CES 2020, com promessa de um dia oferecer recursos de aprimoramento de visão, zoom e elementos de auxílio a pessoas com problemas oculares. A Mojo Vision demonstrou um protótipo que ainda não apresenta todas as funções prometidas. No evento, foi apresentada uma lente em uma tela monocromática verde capaz de mostrar um texto. O produto futurista ainda é um protótipo, mas a startup fala em uma versão comercial disponível dentro de dois anos.
O protótipo talvez não impressione por não apresentar ainda o que a empresa promete para o futuro. A unidade exibida na CES 2020 não podia ser aplicada diretamente no olho – ela é instalada num bastão e deve ser observada perto dos olhos. O produto contava também com conexão física à unidade de processamento e uma bateria. Além disso, limitado à exibição de texto, o modelo de testes não foge muito daquilo que o Google tentou fazer com os óculos Google Glass.
A lente em si, embora limitada naquilo que pode fazer atualmente, já dá indicações do design mais completo do produto. Ao contrário de uma lente de contato convencional, feita de material gelatinoso, a lente da Mojo Vision tem um centro bulboso em vidro, que forma a “tela” da lente. Os criadores da ideia falam em uma definição que chega a 14.000 dpi (pontos por polegada). Esta definição se traduz na quantidade de pontos que formam a imagem na tela: quanto maior essa quantidade, mais densa a tela (ou no caso, lente). Isso gera imagens mais claras e sem aspecto pixelado. Para comparar, um celular premium atual tem tela na casa dos 400 a 500 dpi. Mas o que torna a tecnologia interessante são as promessas da Mojo Vision para o futuro. A startup fala em lentes com capacidade de auxiliar pessoas com problemas de visão ao oferecer zoom, calibração para maior definição de imagem, correções para quem tem algum déficit, enxergar melhor no escuro e até contornos e outros efeitos de realidade aumentada para realçar objetos.
As lentes viriam equipadas com sensores que ajudariam a compensar o movimento natural dos olhos e da cabeça para que as imagens parecessem naturais e estáveis. Além disso, as lentes teriam capacidade de se conectar a outros dispositivos por sinais de rádio (como são os casos de redes Bluetooth, NFC ou mesmo Wi-Fi).
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