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GIOVANA ANGÉLICA ESTREIA COMO RAINHA DE BATERIA DA MOCIDADE

Redação - 22/01/2020 08:07

De frequentadora assídua da quadra a rainha de bateria. Giovana Angélica, nova rainha de bateria da Mocidade, realiza em 2020 o sonho de toda garota que cresceu em uma escola de samba: o de reinar à frente dos ritmistas. Nascida em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio, e criada e Bangu, também Zona Oeste, a turismóloga, que hoje vive nos Estados Unidos, chega a um lugar até então inatingível, segundo ela.

“Tive uma infância muito difícil, comecei a trabalhar cedo para me sustentar, fui mãe cedo. A verdade é que eu nunca sonhei em ser rainha de bateria, a vida era tão difícil que não me via ali. Achava que eu só poderia olhar, mas era algo muito distante da minha realidade”, relembra ela, que já ocupou o posto de musa em 2017 e 2018 na escola. Como toda substituição, Giovana chega ao trono na Mocidade para mostrar o seu valor e conquistar o seu espaço. Ela substitui Camila Silva, que foi rainha de bateria da escola por quatro anos e foi deposta.

“Não roubei posto de ninguém e isso todos sabem também. Em nenhum momento me ofereci para estar ali. Pelo contrário, sempre achei que era algo distante da minha realidade. As pessoas, por saberem que eu sou nascida e criada na região, me abraçaram. E não me senti em nenhum momento rejeitada, apesar de ler que as pessoas lamentaram a saída da Camila. Saiu uma grande rainha de bateria e entrou uma rainha da comunidade. Sou uma deles, sangue verde.”

E, para Giovana, cada uma tem seu momento e não existe chance para competição. “Não quero apagar a história de ninguém nem competir com ela. Não quero que as pessoas olhem para mim e fiquem tentando comparar. Acho isso triste e atitudes como estas só geram desconforto e rivalidade. A Camila me inspira, não tem necessidade de confrontos. Substituí-la é um enorme desafio”, completa.

Para sua estreia, no ano em que a Mocidade homenageia a cantora Elza Soares, Giovana Angélica não quer fazer feio. Investir no luxo e na tradição da escola é o segredo para a sua fantasia, que já está pronta e trancada a sete chaves. “A Mocidade é uma escola luxuosa, é a escola que revolucionou em vários sentidos, principalmente na bateria com paradinhas e rainhas. Então, estarei sexy sem estar vulgar. Tem luxo, tem beleza e tem um significado muito bacana para todos aqueles que, assim como eu, amam a Mocidade Independente de Padre Miguel”, conta.

O carnaval de Giovana começou à distância. Dividida entre os Estados Unidos e o Brasil, ela, que é formada em turismo, tinha embarcado em uma viagem para aperfeiçoar o inglês em Nova York. De longe, ela deixou de acompanhar algumas etapas importantes do pré-carnaval da escola. Mas nada que fizesse a coroa cair de sua cabeça.

“Quando surgiu o convite para ser rainha eu já estava lá fora. Não tinha como largar tudo e vir na mesma hora. Então, eu precisei reorganizar minha vida toda. Vim em novembro para coroação, voltei para lá e, desde dezembro, estou no Brasil e ficarei aqui até depois do carnaval. Venho cumprindo com muita alegria e humildade meu papel”, acredita.

E a preparação para deixar o corpo com tudo em cima para o desfile oficial também faz parte da dedicação da nova rainha da Mocidade. “Faço aula de ritmos, tratamentos estéticos e tenho acompanhamento nutricional. Estou me cercando de todos os lados para fazer uma bela apresentação, somar junto com a bateria e demais segmentos. Gostaria muito que a Mocidade ganhasse o título de campeã do Carnaval de 2020.”

Foto: Marcos Serra Lima/G1

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