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APÓS 3 ALTAS SEGUIDAS, PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAI 1,2% EM NOVEMBRO

Redação - 09/01/2020 11:02

Após três meses seguidos de alta, a produção industrial brasileira caiu 1,2% em novembro, na comparação com outubro, segundo divulgou nesta quinta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior recuo mensal desde março (-1,4%) e o pior novembro desde 2015, quando a indústria caiu 1,9%,

Em relação ao resultado de novembro do ano anterior, a queda foi de 1,7%, interrompendo dois meses de resultados positivos nesta base de comparação e indicando que a indústria brasileira ainda enfrenta dificuldades para engrenar uma trajetória de recuperação. No acumulado no ano, o setor industrial tem queda de 1,1%. Em 12 meses, a produção manteve recuo de 1,3%, repetindo os resultados de setembro e de outubro.

Com a perda de ritmo em novembro, o índice de média móvel trimestral ficou negativo (-0,1%) e interrompeu a trajetória ascendente iniciada em julho. “Houve redução na produção das quatro grandes categorias econômicas e em 16 das 26 atividades pesquisadas nessa comparação. A queda de 1,2% elimina parte da expansão de 2,2% acumulada no período agosto-outubro de 2019. Com esses resultados, o setor industrial se encontra 17,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, destacou o IBGE.

De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, os resultados de novembro interromperam a recuperação que o setor vinha apresentando na comparação com o ano anterior. “Olhando a sequência de resultados positivos até outubro, o setor estava em um patamar superior ao de 2018. Com a entrada de novembro, foi para um patamar abaixo”, disse. Segundo ele, a produção industrial ficou 0,8% abaixo do que registrava em dezembro de 2018. “Fica claro que [o resultado de novembro] altera a trajetória de recuperação e faz com que a indústria permaneça operando no campo negativo”, enfatizou o pesquisador.

A queda de novembro foi generalizada. Segundo o IBGE, 16 dos 26 ramos pesquisados registraram recuo na produção em novembro. As principais quedas foram registradas nos segmentos de veículos automotores (-4,4%), produtos alimentícios (-3,3%) e indústrias extrativas (-1,7%). No ramo de produtos alimentícios, a queda de 3,3%, eliminou quase toda a expansão verificada no mês anterior (3,6%). “O crescimento vinha sendo alavancado pelo aumento nas exportações de carne e da produção de açúcar.

A carne continua em expansão, mas o açúcar tem uma volatilidade maior, tanto por conta de condições climáticas quanto em função da demanda por etanol, que também é produto da cana-de-açúcar”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo. O pesquisador explicou ainda que é comum a produção de automóveis subir nos meses de setembro e cair no final do ano, por conta das férias coletivas. “Para além do peso que o setor automobilístico tem no segmento industrial, ele se relaciona com outros setores importantes da indústria, ou seja, traz a reboque a produção de outros segmentos”, disse.

Levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontou para uma queda de 3,9% na produção de veículos em dezembro. Já entre os ramos que conseguiram ampliar a produção em novembro, destaque para coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,6%), impressão e reprodução de gravações (24,0%) e produtos de borracha e de material plástico (2,5%).

Entre as grandes categorias, a de bens de consumo duráveis registrou a queda mais acentuada em novembro (-2,4%), influenciada, em grande parte, pela menor produção de automóveis. Os outros 3 segmentos – bens intermediários (-1,5%), bens de capital (-1,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,5%) – também assinalaram taxas negativas no mês.

Apesar de todas as 4 grandes categorias terem recuado em novembro, apenas a de bens intermediários registra desempenho negativo no acumulado do ano até novembro (-2,2%). O segmento teve queda de 1,5% em relação ao mês anterior e de 2,8% em relação a novembro de 2018, refletindo, especialmente, a queda verificada no setor extrativo.

Para o consolidado de 2019, os economistas das instituições financeiras projetam uma queda de 0,73% na produção industrial, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, apesar da queda da indústria mais forte que a esperada no mês, a variação trimestral encerrada em novembro aponta alta de 1,04% e “indica certa recuperação econômica no 4º trimestre”. O mercado mantém a previsão de crescimento de 1,17% para a economia brasileira em 2019. Para 2020, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de uma alta maior, de 2,30%.(g1)

Foto: divulgação

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