O Aliança Pelo Brasil terá que correr contra o relógio para conseguir se viabilizar para a eleição de 2020. A sigla a ser comandada nacionalmente pelo presidente Jair Bolsonaro pretende lançar candidato próprio em Salvador. Os apoiadores baianos se reuniram pela primeira vez no último final de semana para discutir as diretrizes de formação do partido. Na ocasião, ficou definido o calendário de ações para a coleta de assinaturas na capital baiana.
A reportagem apurou junto a apoiadores da nova agremiação que está, ainda, totalmente descartada uma dobradinha com o grupo do prefeito ACM Neto (DEM) – a quem os correligionários classificam como político de “centro-esquerda”. Em Salvador, o democrata é aliado do PSL, antigo partido dos bolsonaristas e que hoje está rompido com o Palácio do Planalto. No primeiro encontro, o vereador Cezar Leite defendeu o crescimento orgânico da sigla. “Ainda não é partido político, não vai ter nome de ninguém. (…) Tem que ser uma coisa orgânica”, defendeu o edil, que vai deixar o PSDB em breve. Ele afirmou que o encontro é formado por pessoas físicas e que o grupo atualmente está “sem comando”.
Na reunião, foram discutidas ações pela cidade para atrair novos filiados. Entre outros líderes políticos, o evento contou com as presenças de Alexandre Aleluia (DEM) e Mônica Bahia (PSDB), que foi vice de Zé Ronaldo (DEM) na última campanha. O ex-prefeito de Feira de Santana, aliás, também se reuniu recentemente com o senador Flávio Bolsonaro para discutir uma eventual filiação. O Aliança Pelo Brasil terá que bater recorde de tempo para ser formado, já que tem apenas cerca de 100 dias para coletar as assinaturas necessárias e lançar candidatos em 2020. O partido mais rápido criado no Brasil até agora foi o PSD, em cerca de 200 dias.
São necessárias mais de 492 mil assinaturas, colhidas em nove Estados e validadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para um partido, como o Aliança, ser formalizado. Para que a nova sigla esteja apta a participar de uma eleição, as assinaturas precisam ser coletadas e validadas pela Justiça Eleitoral até 6 meses antes da eleição. Isso significa que, para o Aliança pelo Brasil estar nas urnas já nas eleições municipais de 2020, é necessário que todo o rito esteja finalizado até 4 de abril. No início deste mês, a maioria dos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) reconheceu que é válido colher assinaturas eletrônicas para a criação de 1 partido – o que, em tese, pode agilizar o processo. O Tribunal, no entanto, ainda precisa fixar regras para isso. Não há prazo definido para isso ocorrer.
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