O sonho do bicampeonato mundial do Flamengo acabou nos pés de um brasileiro. Um gol de Roberto Firmino, marcado na prorrogação, deu ao Liverpool a vitória por 1 a 0 sobre o time carioca na decisão do Mundial de Clubes, neste sábado, em Doha, no Catar. Foi a primeira vez que o clube inglês, seis vezes campeão da Europa, conquistou o título do mundo.
O Flamengo tinha a esperança de repetir a história de 1981, quando derrotou o Liverpool no Japão, e fez uma ótima partida, encarando os campeões europeus de igual para igual. O time inglês, porém, foi capaz de manter o ritmo elevado por mais tempo e, graças a isso, conquistou a taça.
Os primeiros cinco minutos da decisão foram um pesadelo para o Flamengo. O Liverpool se lançou a pressionar furiosamente a saída de bola dos brasileiros e o time comandado por Jorge Jesus demorou para se acostumar ao ritmo acelerado da partida. Enquanto isso, o campeão europeu conseguiu três finalizações, uma delas perigosíssima: com menos de um minuto, Firmino ficou cara a cara com Diego Alves e chutou para fora.
Aos poucos, o Flamengo foi se sentindo mais confortável em campo e a partida se tornou uma batalha entre duas equipes que jogam em alta voltagem. E o campeão da Libertadores passou a ter a bola por mais tempo, envolvendo a defesa inglesa com passes precisos e apostando tudo na velocidade de Bruno Henrique, um pesadelo para os defensores do Liverpool.
Faltava ao Flamengo, porém, criar uma chance clara de gol. Mesmo para os hábeis homens de frente da equipe carioca, era bem complicado envolver a forte defesa do Liverpool, comandada pelo holandês Van Dijk. Quanto aos europeus, foi só no começo do segundo tempo que eles voltaram a ser perigosos. E, então, a trave salvou o Flamengo. Firmino passou facilmente por Rodrigo Caio com um lençol e perdeu o gol quando era muito mais fácil mandar a bola para a rede.
Tal qual na primeira etapa, a equipe rubro-negra conseguiu esfriar o adversário e teve o domínio das ações por uma grande quantidade de tempo. E, desta vez, conseguiu uma boa chance de gol: aos oito minutos, Gabriel mandou um chute cruzado de direita e Alisson fez uma ótima defesa para manter o 0 a 0 no placar.
A tal da intensidade do jogo, altíssima, acabou custando caro ao Flamengo. O cansaço passou a ser um adversário muito duro para a equipe carioca e Jorge Jesus decidiu tirar Everton Ribeiro e Arrascaeta do campo. Com isso, o time perdeu o protagonismo da partida e viu o Liverpool, em melhor condição física, aproximar-se perigosamente do gol da vitória.
Nos acréscimos do segundo tempo, um susto: Mane arrancou com a bola e caiu na área após uma disputa com Rafinha. O árbitro chegou a anotar o pênalti, mas a marcação foi anulada graças à intervenção do VAR. Ironicamente, uma partida entre duas equipes superofensivas terminou empatada por 0 a 0, o que levou a decisão à prorrogação. Foi quando o Flamengo levou um golpe que se mostrou fatal. Aos oito minutos, Mane foi lançado em um contra-ataque e teve a calma necessária para encontrar Firmino, que estava entrando na área sem marcação. O brasileiro tirou Diego Alves e Rodrigo Caio da jogada e mandou a bola para o gol vazio.
O Flamengo tinha, então, mais de 20 minutos para buscar o empate, mas não havia energia para isso. A vontade era enorme, mas a mistura de cansaço e nervosismo impediu o time brasileiro de articular boas jogadas de ataque. E, quando a chance finalmente apareceu, aos 14 do segundo tempo, o jovem Lincoln mandou a bola para a arquibancada quando estava livre na área inglesa. Foi a pá de cal jogada em cima do sonho rubro-negro do bicampeonato mundial.