Com quase duas décadas atuando para acolher crianças de famílias humildes, a Creche Sorriso de Criança, que fica no Caminho de Areia, na Cidade Baixa, em Salvador, luta diariamente para não fechar as portas. A instituição precisa, principalmente, de alimentos básicos.
Criada no ano de 2001 por Magnólia Souza Cunha, a entidade atende, atualmente, 25 crianças, entre oito meses e 8 anos de idade. Esse número de crianças contempladas era maior.
“Já tivemos 95 crianças na creche, mas, devido à situação financeira, que cada dia é mais precária, diminuímos esse número. Porém sempre aparecem mães em busca de vagas”, explica Magnólia.
Sem convênio com nenhum órgão, a creche se mantém, exclusivamente, com doações. Por isso, a responsável pela instituição vive em campanha diária para arrecadar recursos: “Tudo que temos aqui foi doado. Algumas empresas já conhecem a creche e sempre lembram da gente, como se fossem nossos padrinhos. Quando a situação aperta, entro em contato com os parceiros para solicitar algo. Vou para Lauro de Freitas, Camaçari… Tudo isso para buscar doações”.
O serviço da instituição é fundamental para mães e pais que precisam trabalhar, mas não têm com quem deixar os filhos. Por isso, diversas pessoas ressaltam a importância do local e temem que feche as portas. “Meu filho já passou pela creche, meus netos também são criados aqui. Sabemos que o local precisa da ajuda. Nós, mães, até ajudamos, mas não é o suficiente”, diz a dona de casa Maria de Jesus Silva, 43 anos.
Problemas
Entre os problemas enfrentados pela creche há falta de infraestrutura no imóvel alugado onde funciona a entidade, na Cidade Baixa.
Por isso, a forte chuva que atingiu Salvador no mês passado deixou prejuízos. “Perdemos muitas coisas. O espaço foi tomado pela água. Pedi o móvel da televisão, o armário da cozinha, a árvore de Natal que sempre colocamos. Também já perdi colchões e alimentos por conta da chuva”, lamenta Magnólia Cunha.
Por isso, ela já busca um outro local para abrigar o espaço, tarefa difícil do ponto de vista financeiro. “O problema é que o aluguel das casas aqui na Cidade Baixa é muito caro. Além disso, temos despesas com alimento, água, luz, telefone. No início do mês, o nosso telefone fixo estava cortado, devido à falta de pagamento.
O bom foi que parceiros da creche, que queriam ajudar, conseguiram falar comigo pelo celular”.
*foto: Uendel Galter- Ag A tarde