Ao fazer um balanço de 2019, o primeiro ano do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (18) que o ano foi difícil, mas o presidente Jair Bolsonaro serviu de escudo para o avanço de reformas como a da Previdência. “O balanço desse ano do meu ponto de vista: chegamos, ano difícil pela frente, presidente nos dando escudo institucional para que possamos avançar. E com um Congresso reformista”, disse a jornalistas em coletiva de imprensa.
“Avalanche de investimentos”
Guedes disse também que o Brasil vai viver uma “avalanche de investimentos” em 2020, que virão tanto do mercado interno quanto de estrangeiros. Segundo Guedes, os recursos inundarão, sobretudo, a seara da infraestrutura, principalmente do saneamento, cujo marco legal está em processo de atualização no Congresso.
Ainda de acordo com ministro, isso vai permitir que economia brasileira cresça pelo menos 2% em 2020, numa projeção, segundo o próprio Guedes, conservadora. “No mínimo, 2% ano que vem, mas deve vir mais. Será o dobro desse ano. Se for 1,2% (em 2019), será 2,4%, e isso é conservador da nossa parte”, disse.
Estimativa conservadora
A estimativa de 2% apresentada por Guedes está mais conservadora que a das instituições financeiras. Na última edição do boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central, os analistas de mercado acreditavam em crescimento de 1,12% do PIB em 2019 e de 2,25% em 2020.
Para Guedes, o crescimento da economia brasileira próximo de 1% em 2019 não foi surpresa. Em janeiro, o boletim Focus previa expansão de 2,53% da economia para este ano, mas o ministro disse que as expectativas só começaram a ser ajustadas após a aprovação da reforma da Previdência. “Como a economia ia crescer se a gente ainda não tinha aprovado a reforma?”, questionou.
Juros
O ministro destacou que a aprovação da reforma da Previdência levou à diminuição dos juros da dívida pública, o segundo maior gasto federal, que consome cerca de R$ 400 bilhões por ano. Além das mudanças na Previdência, Guedes destacou a devolução de recursos de bancos públicos para o Tesouro e as privatizações de subsidiárias de estatais como fatores que ajudaram a reduzir as despesas com juros e a segurar o endividamento público.
“Nossa segunda grande torre são os gastos da dívida pública. Vamos despedalar os bancos públicos, mandando de volta [para o Tesouro] a dívida que eles têm com a União. Desaceleramos o endividamento com bancos públicos devolvendo dinheiro. O secretário Salim Mattar está privatizando. Assim estamos desacelerando o endividamento em forma de neve”, disse.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil