A ministra Maria Cristina Peduzzi, primeira mulher eleita para presidir o Tribunal Superior do Trabalho (TST), defendeu, em entrevista publicada hoje (16) na Folha, a atualização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), do ano de 1943. “Precisa de muita atualização ainda. A considerar a revolução tecnológica, a reforma (trabalhista) foi tímida. Olha os litígios que existem, não só no Brasil mas no mundo, a propósito da Uber. A legislação que virá certamente vai disciplinar esses institutos. Penso que o investimento hoje deve se centrar na capacitação dos empregados, para o exercício das novas demandas, requalificando-os. A perda de empregos tradicionais será compensada por novas modalidades de trabalho”, declarou.
Ela também foi questionada sobre a Medida Provisória (MP) do Emprego Verde e Amarelo que inclui o trabalho aos domingos para todas as categorias. “O mundo mudou mesmo. No mundo todo o comércio abre aos domingos. Vamos acabar qualquer dia desses não distinguindo mais segunda de domingo. Sei lá, talvez [o trabalhador] pode até preferir. Estou indo até adiante, porque tem outros fatores, como os religiosos aos domingos, os filhos não têm escola aos domingos, e isso pode ser fator talvez muito relevante, e o empregado não teria efetivamente como exigir [o descanso] com a medida provisória”, disse.
Foto : Giovanna Bembom/TST