O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira (6) que o país vai economizar, em 2020, R$ 96 bilhões em pagamento de juros da dívida pública, um resultado da queda da Selic. Segundo ele, isso permitirá ao governo “gastar menos e melhor”.
“As despesas de juros vão cair R$ 96 bilhões em 2020, o equivalente a três Bolsa Família”, afirmou o ministro em discurso em seminário sobre saneamento básico promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Ao contrário do governo anterior, que os juros curtos caíam mas os longos não, agora os longos começaram a descer também”, disse.
Guedes abriu o discurso reiterando que o grande problema do Brasil nos últimos 40 anos era o “excesso de gastos, que chegou a 45% do PIB”, o que demandou ao atual governo promover reformas estruturantes. “O controle dos gastos era, portanto, indispensável para nós e está por traz de tudo o que estamos fazendo”, disse o ministro.
Ele destacou que o controle de gastos tinha como principais vilões “privilégios na previdência” e o pagamento de juros da dívida pública. “O Brasil reconstrói uma Europa todo o ano sem sair da miséria”, disse ele afirmando que o pagamento de juros tem montante equivalente ao desembolsado pelo Plano Marshall para reconstrução dos países aliados após a Segunda Guerra Mundial.
Além das reformas em curso, Guedes enfatizou a reestruturação do foco do BNDES que, segundo ele, era “uma máquina de fazer campeões mundiais” ao destinar recursos para “quem tem mais poder político e econômico”. Segundo Guedes, os recursos dos bancos públicos, não apenas do BNDES, eram capturados por quem tem mais poder político e econômico. “Ninguém pode virar campeão mundial financiado com dinheiro público”, criticou. (G1)
Foto: Daniel Silveira/ G1