O ministro da Economia, Paulo Guedes , anunciou nesta segunda-feira que o governo fechará o ano com um rombo no Orçamento menor que R$ 80 bilhões, número que representa um resultado cerca de R$ 60 bilhões melhor que o previsto. Caso esse número seja confirmado, será o melhor resultado das contas públicas desde 2014, quando o rombo registrado foi de pouco mais de R$ 20 bilhões. O número de 2014 abriu uma sequência de déficit no Orçamento federal, que só deve entrar no azul a partir de 2023, pelas contas do governo. Para conseguir chegar a um resultado melhor em 2019, o governo contou principalmente com arrecadação extra vinda dos leilões de petróleo. Também pesou uma melhor receita com Imposto de Renda e com antecipação de dividendos de estatais.
— Do nosso ponto de vista, do Ministério da Economia, no primeiro ano do governo Bolsonaro, conseguimos um resultado, estamos estimando que o déficit que pode ficar um pouco abaixo de R$ 80 bilhões — disse Guedes. — Nós estamos com um pouco mais da metade do número que foi estimado, o que mostra que foi um ano difícil, mas nós realmente fizemos um resultado bom e lançamos raízes de um bom resultado para o ano que vem — acrescentou. Guedes prometeu, durante a campanha do então candidato Jair Bolsonaro, zerar o déficit público no primeiro ano de governo. O Ministério da Economia e a Casa Civil convocaram a imprensa, no Palácio do Planalto, para confirmar que todo o Orçamento de 2019 está desbloqueado. O contingenciamento chegou a R$ 34 bilhões ao longo do ano, ameaçando uma série de serviços públicos. Na semana passada, o governo publicou um Relatório Extemporâneo de Receitas e Despesas prevendo que todos os recursos que estão bloqueados, que somam R$ 14 bilhões, poderiam ser liberados. — Estamos anunciando o completo descontingenciamento dando total condições aos ministérios para concluir tudo o que estava programado, além da redução significativa de déficit primário, algo que mostrar que o governo Bolsonaro está no caminho certo — disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg