O ex-prefeito de São Paulo e candidato do PT nas últimas eleições, Fernando Haddad (PT) afirmou nesta quinta-feira (14) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em liberdade desde a última sexta-feira (9), ajudará na “reconstrução de um projeto de nação” para contrapor “o que está sendo destruído” pelo governo federal. Para o candidato derrotado por Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais, Lula reforça a oposição ao projeto “intolerante e violento” representado pelo presidente da República.
“Essa coisa de ficar entregando patrimônio público para os estrangeiros, batendo continência para bandeira americana e hostilizando os nossos vizinhos não vai nos levar a lugar nenhum”, afirmou Haddad a jornalistas na reunião da Executiva Nacional do PT, que conta com a presença do ex-presidente Lula e acontece no Hotel Wish, em Salvador.
Haddad reafirmou o compromisso do partido de lutar pela anulação da sentença que condenou Lula no caso do tríplex do Guarujá e pela recuperação dos seus direitos políticos. “Temos que cancelar esta sentença que foi dada por um juiz que não gostava dele. Juiz não pode gostar ou não gostar, juiz tem que decidir com base no que está no processo”, afirmou, fazendo referência ao ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.
O petista lamentou o que ele chamou de “preterimento” do governo ao Nordeste e disse que é preciso “retomar o projeto de desenvolvimento” na região. “O Nordeste está sendo preterido [pelo governo Bolsonaro] e precisa estar no centro de nossas atenções. O Nordeste evoluiu muito nesse século, então nós não podemos parar, temos muito o que fazer ainda.”
Questionado se a libertação de Lula aumentaria a polarização no país, Haddad disse que “democracia tem que ter oposição e situação” e Lula “reforça a oposição ao projeto que Bolsonaro representa”. Projeto este, em suas palavras, “intolerante, violento e que coloca o Brasil em uma posição difícil no concerto das nações”.
Ele lembra que Lula, quando presidente da República, era um “construtor de pontes” com países de todo o mundo, ao contrário de Bolsonaro, “que cria antagonismo com os vizinhos, com a Europa e com a Ásia, além de criar constrangimento com os BRICS”. “Bolsonaro representa a violência e Lula representa a paz e a prosperidade”, concluiu.
Foto: Ravena Rosa/Agência Brasil