Debatendo literatura contemporânea, as escritoras Lívia Natália (BA), Jarid Arraes (CE), Ryane Leão (MT) e Amara Moira (SP) são algumas das mulheres negras que estarão na próxima quinta-feira, 14, participando de mesas de debate no Festival Literário Nacional (Flin): Diversas Leituras & Novos Caminhos.
Na mesa ‘Intervenções femininas: o meu lugar nas periferias do mundo’, Jarid Arraes e Paloma Franca Amorim (PA) reúnem referências de jovens escritoras do Norte-Nordeste e dinâmicas do mercado editorial na integração de escritores dissidentes. Logo após, as autoras Lívia Natália e Ryane Leão discutem poesia negra e afetividade, na mesa ‘Linhas de afeto na zona de batalha zeferina’.
“Nós estamos na contemporaneidade seguindo a herança deixada para nós pelas mais velhas. Somos as vozes que ecoam as suas palavras, atualizando o que é ser mulher negra em um contexto político, social e cultural que não reconhece a nossa humanidade”, conta a autora e professora baiana Lívia Natália. Segundo ela, o primeiro romance brasileiro foi escrito por uma mulher negra, a Maria Firmina.
Para fechar a programação do dia, o tema ‘Fronteiras do corpo, reconfigurações da alma’ é discutido por Amara Moira, transfeminista, doutora em Crítica Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autora do livro ‘Se eu Fosse Puta’; e Regina Navarro Lins (SP/BA), psicóloga, autora em sexualidade e colaboradora do programa Amor e Sexo, da Rede Globo. As autoras falam do interesse geral do público quando o assunto é sexo e como ele pode ser mais diverso em termos de gênero e sexualidade.
De acordo com informações da Secretaria de Comunicação do Estado da Bahia (Secom), mesmo com mais abertura e em momento de expansão, o campo da literatura contemporânea é muito desafiador às mulheres. Na Academia Brasileira de Letras (ABL), por exemplo, apenas cinco membros são mulheres, mas nenhuma delas negra.
*Foto: Reprodução- Priscila Fulo-Divulgação