Dentro da floresta amazônica existe um grupo organizado de vigilantes indígenas que se arrisca para proteger o que ainda resta do território de etnias Guajajara,Kaapor e Awa-Guajá, no Maranhão. São os “Guardiões da Floresta”, que procuraram madeireiros e outros invasores, e os denunciam às autoridades.
“Eles querem matar todos que é pra ficar com nossa terra para produzir soja, cana, biocombustível que eles querem produzir. Querem tirar o petróleo que tem dentro das terras, ouro. Nós somos impedimento para eles”, disse o índio Laércio Guajajara a um documentário da ONG Survival International, em 2018.
Laércio é o sobrevivente da emboscada na última sexta-feira (1º) que resultou na morte do indígena Paulo Paulino Guajajara, também conhecido como o “Lobo Mau”. Um madeireiro ainda não identificado também morreu, atingido na troca de tiros.
Os crimes aconteceram na terra indígena Governador, próximo da terra indígena Arariboia, na região de Bom Jesus das Selvas, entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo. A Polícia Federal investiga o caso.
Nesta segunda (4), indígenas protestaram na Câmara Municipal em Imperatriz. “Hoje o clima é de tensão, de medo nas aldeias, e o que a gente a gente clama é por justiça”, disse a liderança indígena Fabiana Guajajara.
*Foto: Lunae Parracho/Reuters