A apuração voto a voto da eleição presidencial da Bolívia chegou ao fim nesta quinta-feira (24) e indica que o atual presidente, Evo Morales, foi reeleito no primeiro turno. Apesar disso, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia pedem a organização do segundo turno. Pelas normas eleitorais bolivianas, um candidato vence a eleição no primeiro turno caso atinja a maioria absoluta ou caso consiga mais de 40% dos votos e, ao mesmo tempo, obtenha vantagem mínima de 10 pontos percentuais ao segundo colocado – foi o que ocorreu nesta eleição.
Teria havido segundo turno se fossem considerados apenas os votos dos eleitores que estão na Bolívia – no país, Morales obteve 46,64% e Mesa, 36,83%. Porém, o eleitorado residente em outros países definiu a eleição: quase 60% dos bolivianos no estrangeiro deram vitória ao atual presidente. No Brasil, por exemplo, Evo Morales conseguiu 70% dos votos da comunidade boliviana. Carlos Mesa ficou em terceiro, com 9,6% – atrás de Chi Hyun Chung, candidato conservador que obteve 16,8%.
A eleição ocorreu no domingo (20). O processo teve uma polêmica, já que havia dois métodos de apuração: um deles, o preliminar, era mais rápido, enquanto o outro, voto a voto, transcorria mais lentamente. Os resultados dessas duas formas de contar começaram a divergir já no domingo. Enquanto a preliminar indicava a reeleição do presidente Evo Morales, a voto a voto apontava a disputa de um segundo turno de Morales contra Carlos Mesa.
Na Bolívia, um candidato pode ser declarado vencedor no primeiro turno se tiver 50% dos votos mais um, ou se tiver 40%, com dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado. A oposição se manifestou – houve acusações de fraude e protestos nas ruas. A Organização dos Estados Americanos publicou um documento em que qualificava a mudança de tendência inexplicável. A divulgação da apuração preliminar foi suspensa e apenas a voto a voto continuou a ser divulgada.
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