O Monitor do PIB-FGV aponta, na análise da série dessazonalizada, crescimento de 0,9% na atividade econômica em agosto, em comparação a julho e, crescimento de 0,6% no trimestre móvel (jun-jul-ago) comparado ao trimestre findo em maio (mar-abr-mai). Na comparação interanual a economia cresceu 0,2% em agosto e retraiu 0,3% no trimestre findo em agosto.
“O resultado da economia melhorou em agosto, na comparação com julho, com crescimento nas três grandes atividades econômicas. Embora na comparação com 2018 também tenha havido crescimento da economia em agosto, o desempenho positivo só ocorreu na agropecuária e nos serviços. Nesta comparação, a indústria apresentou sua terceira queda consecutiva explicada, principalmente, pelo fraco desempenho da transformação. Esses dados mostram que, embora a economia esteja crescendo nas comparações entre períodos consecutivos, não consegue manter um ritmo de crescimento substancial na comparação com os mesmos períodos de 2018. O reflexo disto é a trajetória descendente da taxa acumulada em 12 meses, desde maio deste ano. Em 4 meses, houve redução desta taxa a quase metade chegando ao crescimento de apenas 0,7%, no acumulado até agosto” afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
O crescimento de 0,9% da economia observado em agosto, na comparação com julho, foi influenciado pelo desempenho da agropecuária e da indústria que apresentaram crescimento de 1,7% e 1,1%, respectivamente. O resultado da indústria deve-se, principalmente, a extrativa e a eletricidade que cresceram mais do que 4%, neste mês. O crescimento da extrativa está associado ao aumento na produção de petróleo e também à recuperação dos níveis de produção de minério de ferro, após a retração no início do ano. Na comparação interanual, o crescimento de 0,2% da economia, em agosto, foi impulsionado, principalmente, pela agropecuária e pelos serviços. Apesar desse crescimento, vale destacar que atividades de extrema relevância para impulsionar a economia (como a transformação, o comércio e os transportes) retraíram nesta comparação. Pela ótica da demanda o único componente a crescer, na comparação interanual, foi o consumo das famílias, com uma elevação de 0,3%.
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