A próxima janela partidária, prevista para abril de 2020, promete promover uma verdadeira “dança das cadeiras” de partidos na Câmara Municipal de Salvador. Com a nova lei eleitoral que pôs ponto final nas coligações, grandes legendas deverão receber uma enxurrada de filiados que hoje estão em agremiações nanicas. O DEM é o que acumula maior número de alterações. O vereador Maurício Trindade, por exemplo, já está de malas prontas para desembarcar em outra legenda na próxima janela partidária, prevista para abril de 2020. A informação já é confirmada pelo próprio edil. O parlamentar soteropolitano aguarda uma orientação do prefeito ACM Neto (DEM) sobre para qual agremiação irá migrar.
Trindade segue os passos de Alexandre Aleluia (DEM), que também está de malas prontas para o PSL – que quer contar com um reforço para conseguir ter um representante na Câmara Municipal de 2020. O vereador conservador foi convidado pela presidente estadual, deputada federal Dayane Pimentel, para integrar o mesmo grupo do presidente da República. O edil tem mantido uma relação distante com a cúpula do DEM após ter sido uma aposta de seu pai, José Carlos Aleluia, então presidente estadual da sigla, na eleição de 2018 para deputado estadual. Apesar de não ter sido eleito para a Assembleia Legislativa da Bahia, o vereador recebeu um dos maiores montantes do fundo partidário da agremiação – causando ciumeira interna.
Maurício e Alexandre deixam espaço vago para Paulo Magalhães Júnior (PV) e Kiki Bispo (PTB) migrarem para o DEM e tentarem a reeleição. O caminho de Kiki está também pavimentado. O vice-prefeito Bruno Reis e “companhia limitada” já garantiram o passe do vereador para a nova sigla. Inclusive, são grandes as chances de ele aparecer como candidato à presidência da Câmara Municipal na próxima legislatura. Paulo, que hoje exerce a função de “bombeiro” na relação entre o Executivo e o Legislativo, também deverá ter cadeira cativa ao deixar o PV. O PSL, por sua vez, ficou sem representante na CMS após o vereador José Trindade (sem partido), aliado do governador Rui Costa (PT), deixar a sigla por discordar da filiação do então candidato Jair Bolsonaro. O partido também não possui nenhum outro nome forte na capital baiana e a ida de Alexandre Aleluia seria considerado um grande trunfo. José Trindade, que migrou para o Podemos em seguida, hoje continua sem saber qual será o seu destino.
O vereador Cezar Leite também já está com um pé fora do PSDB e depende de apenas um “sim” para selar o seu destino. Insatisfeito com os tucanos desde que deixou a liderança da agremiação na Câmara Municipal de Salvador após críticas contra a gestão do prefeito ACM Neto (DEM), o edil mantém conversas avançadas com a cúpula do Novo na Bahia e, se for aceito, deve migrar já na próxima janela partidária. O aliado de Bolsonaro discorda do posicionamento nacional tucano, que hoje defende o nome de João Dória para 2022, e ainda está insatisfeito depois que foi tirado da liderança do PSDB na CMS por críticas ferrenhas contra a gestão de Neto.
O Podemos, hoje aliado de Rui Costa, também tende a sofrer um esvaziamento. Carlos Muniz já declarou abertamente que seguirá os passos do presidente Geraldo Júnior (SD) e são grandes as chances de os dois edis migrarem para o MDB. O líder de governo, Sidninho, também demonstra ter uma relação cada vez mais “amigável” com o grupo do pré-candidato a prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM). O PHS também sofrerá esvaziamento com a fusão na esfera nacional com o Podemos. Fábio Souza, Téo Senna, Isnard Araújo e Cátia Rodrigues já anunciaram que negociam com outros partidos. Por fim, Marcelle Moraes continua sem partido até segunda ordem após se desentender com a cúpula do PV. Dizem nos bastidores que ela pode migrar para a legenda do irmão, Marcell Moraes (PSDB), mas nada está decidido.(TB)
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