O estudante de Direito Edilton Araújo Andrade Júnior, preso em flagrante pelo assassinato do enteado Miguel Martins Pita Costa, 4 anos, deixou o hospital onde estava sob custódia e está desde segunda (14) na carceragem da Delegacia de Santo Antônio de Jesus. Edilton confessou ter matado o enteado com 20 facadas quando foi ouvido pela polícia no hospital, no último sábado (12), em Santo Antônio de Jesus, mas ficou calado durante o interrogatório na delegacia.
Quando ainda era mantido sob custódia no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, Edilton disse ao delegado Adilson Bezerra, titular da cidade, que aplicou os golpes porque Miguel não parava de chorar – na hora a criança presenciava a mãe ser esfaqueada pelo padrasto. “Ele chegou à delegacia acompanhado do advogado e se recusou a falar, alegando que só falaria em juízo, ou seja, na presença de um juiz”, declarou Bezerra.
Edilton deixou o hospital na tarde desta segunda (14). Depois de esfaquear Miguel e a mãe, Manoela Silva Costa Martins, 29, ele usou a arma do crime, uma faca de 18 cm, para provocar uma lesão pequena no próprio abdômen e, em seguida, pulou da janela de casa. Ele será transferido para uma unidade prisional ainda não divulgada.
Em Salvador, Manoela segue internada no Hospital do Subúrbio. Informações repassadas por pessoas ligadas à família dão conta de que é estável o estado de saúde dela. Por conta da internação, ela não pôde comparecer ao sepultamento do filho, realizado na tarde desta segunda.
No dia seguinte ao crime, o delegado Adilson Bezerra esteve no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus e interrogou Edilton. Na hora, o estudante de Direito alegou ter cometido os crimes por ciúme.
“Ele falava baixo e pausado, mas concatenando as ideias, seguindo uma lógica dos acontecimentos. Falou sobre o ocorrido sem demonstrar remorso, diria até de maneira fria, que tentou matar a companheira porque ela estaria lhe traindo. Constatamos que não há nenhum indício que sustente esta informação. O que sabemos é que Edilton é usuário de drogas. Quanto à criança, afirmou que desferiu vários golpes de faca porque ela estava chorando muito”, declarou o delegado ao CORREIO.
*Foto: Reprodução| CORREIO