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COM QUEDA NOS JUROS, BUSCA POR CRÉDITO TEM O MAIOR CRESCIMENTO DESDE 2010

Redação - 14/10/2019 06:54 - Atualizado 14/10/2019

Por João Paulo Almeida

A administradora de empresas Sara Ramos Aurélio, de 24 anos, tinha, em maio deste ano, dívidas em atraso de R$ 7 mil entre cheque especial e cartão de crédito. Ela gastou com roupas, celular, viagens, restaurantes e acumulou pendências incompatíveis com a sua renda mensal de R$ 5 mil. “Em maio, cheguei ao meu limite”, conta. A saída foi buscar R$ 8 mil em uma linha de crédito mais barata, o consignado, para se livrar da dívida antiga e mais cara.

Agora, por três anos, todo mês o banco vai descontar R$ 280 diretamente do seu salário para ir quitando o novo financiamento. “O juro menor me motivou a renegociar a dívida”, diz. Foi o que deu coragem à administradora para assumir, na semana passada, um financiamento de 30 anos para a compra da casa própria, avaliada em um pouco mais de R$ 200 mil.

Sara engrossa as estatísticas de milhões de brasileiros que procuraram crédito neste ano. Até agosto, a demanda do consumidor por financiamentos teve a maior expansão dos últimos nove anos. Desde janeiro, o aumento do número de pessoas que buscaram crédito foi de 10,3%, em relação a igual período do ano passado, segundo a empresa de informações financeiras Serasa Experian. Essa marca só foi superada em 2010, quando a procura avançou 16,4% – mas em uma economia que cresceu 7,5%.

Em contato com o portal Bahia Econômica o Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia, Carlos Andrade afirmou que a queda na taxa de juros será fundamental para dinamizar a economia nesse final de ano pois vai fazer os bancos gerarem mais crédito para o consumidor. (Veja aqui)“O poder de compra neste final de ano será o aumento da oferta de crédito, uma vez que os bancos vão ter que arriscar um pouco mais no mercado dada a taxa básica de juros no menor nível da série histórica, 5,5% ao ano”, explicou. A entrevista completa de Carlos você acompanha aqui.

Juros ao consumidor em queda (mesmo que num ritmo muito mais lento do que o recuo da taxa básica de juros, a Selic), inflação bem comportada (que dá mais poder de compra), e emprego em lenta recuperação estão entre os motivos que têm levado mais brasileiros a buscar financiamentos.  A maior procura é por linhas que emprestam dinheiro vivo. Dados do Banco Central mostram que a concessão de crédito destinada a renegociação de dívidas cresceu 32,9% entre janeiro e agosto, em relação aos mesmos meses de 2018, e liderou o ranking dos financiamentos aprovados a pessoas físicas com recursos livres no período.

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