Após quatro meses sem o registro de operações com as plataformas de petróleo nos volumes de comércio, o impacto dessas operações voltou em julho e se repetiu em agosto. A variação no volume exportado foi negativa de 13%, assim como o do importado, entre os meses de agosto de 2018 e 2019. Com a exclusão das plataformas esse percentual passa para um recuo de 7,4% nas exportações e de 2,2% nas importações. Sem as plataformas, portanto, as quedas são menores, o que indica que na comparação dos meses de agosto houve relativamente mais importações de plataformas do que exportações – a diferença nas importações é mais acentuada do que nas exportações. Independente da inclusão ou não das plataformas, os volumes exportados e os importados caem, na comparação mensal.
Quando analisamos os dados do acumulado do ano até agosto, o volume exportado recua 1,4% e o das importações. 0,3%. Se excluirmos as plataformas, os percentuais passam para positivo: 0,4% (exportações) e 3,9 % (importações). O volume exportado estaria, portanto, estável e as importações em crescimento. Os preços caem das exportações e importações na base mensal ou no acumulado do ano.
O desempenho das exportações de commodities foi positivo no acumulado do ano (3,2%), mas em agosto o volume exportado caiu 4,3% em relação a agosto de 2018. Petróleo, carnes e agrícolas, exceto soja, registraram aumento na quantidade importada na comparação do acumulado até agosto. Os preços caíram na comparação do acumulado (4,3%), mas subiram em agosto 2,9%. As exportações de não commodities recuam seja na comparação mensal ou do acumulado no ano. O impacto das plataformas em agosto fica nítida, pois quando são excluídas na comparação mensal, a queda passa de 23,9% para 12%, o que continua indicando uma piora no desempenho do volume exportado das não commodities.
Os volumes importados das commodities e não commodities caem na comparação dos meses de agosto. No entanto se excluímos as plataformas, a queda passa para 1,1%. Na comparação dos acumulados até agosto, as importações de commodities aumentam em 2,9% e das não commodities 3,9%, caso excluirmos as plataformas. Logo, o que os dados estão apontando é um crescimento positivo nas importações se desconsiderarmos a adaptação que foi realizada no ano passado nas regras contábeis do REPETRO, como já analisado em edições anteriores. Os preços recuam nos dois agregados, exceto para as commodities em agosto — aumento de 2,9%.
A queda mais acentuada nos preços de importações do que nas exportações explica a melhora nos termos de troca. Embora os termos de troca caiam entre os acumulados do ano até agosto em 1,6%, aumentaram 7% entre janeiro e agosto de 2019, 4,6% entre agosto de 2018/2019 e 1,6% entre o trimestre de junho a agosto de 2018 e 2019. Não é um cenário de ganhos expressivos nos termos de troca, mas mostra que o comportamento dos preços no mercado internacional não é fator de risco para a estabilidade do setor externo.