O presidente Jair Bolsonaro participou nesta sexta-feira (6) de uma reunião de chefes de estados de países sul-americanos com territórios cobertos pela floresta amazônica. O encontro foi realizado na Colômbia. A participação de Bolsonaro foi por meio de uma videoconferência a partir do Palácio do Planalto. Sete dos oito países cobertos pela Amazônia discutiram na reunião ações de preservação da floresta. A Venezuela não participou. Segundo o governo colombiano, os países deverão firmar o “Pacto de Leticia pela Amazônia”, com uma série de medidas a serem executadas pelos países da região e pela comunidade geral.
Anfitrião, o presidente colombiano Iván Duque defendeu ações coordenadas entre os países para combater o desmatamento e incêndios na floresta, respeitando a soberania de cada estado. Bolsonaro chegou a anunciar a ida à reunião, porém, por recomendações médicas, não viajou e enviou o chanceler Ernesto Araújo ao encontro, que ocorreu em Leticia, cidade na região amazônica do país, na tríplice fronteira com Brasil e Peru. O presidente passará pela quarta cirurgia desde que sofreu uma facada no abdômen, há um ano, durante a campanha eleitoral de 2018. O novo procedimento corrigirá uma hérnia (saliência de tecido) surgida no local de intervenções anteriores.
O encontro foi idealizado em meio à crise ambiental e política provocada pelo aumento das queimadas na floresta. Ao anunciar que iria à reunião, na semana passada, Bolsonaro disse que a intenção era discutir uma “política única” de preservação e desenvolvimento da região. A onda de queimadas levou à discussão sobre a preservação da floresta para a reunião do G7 (grupo que reúne sete das principais economias do mundo), realizada em agosto na França.
Anfitrião, o presidente francês Emmanuel Macron foi uma das vozes mais críticas à política do governo brasileiro para o meio ambiente. Ele chegou a dizer que Bolsonaro mentiu sobre sua preocupação com a preservação da floresta e deixou em aberto a discussão sobre um eventual status internacional da Amazônia. A declaração gerou reação dos países que compartilham a floresta, com falas em defesa da soberania dos estados da região.
Bolsonaro recusou ajuda financeira oferecida por Macron em nome do G7 para combater as queimadas e sugeriu que o presidente francês tem interesses econômicos na Amazônia. A França também possui território amazônico, na Guiana Francesa, departamento ultramarino do país europeu. Para tentar conter o avanço das queimadas e do desmatamento na Amazônia, há duas semanas Bolsonaro autorizou o uso das Forças Armadas na região, em apoio aos governos estaduais.