Apesar de o número de assaltos e explosões a caixas eletrônicos terem registrado queda desde o início do ano, a quantidade de projetos de leis que tratam do tema da segurança bancária aumentou em todo o país. Com o objetivo de mitigar ocorrências criminosas contra instituições financeiras, legisladores de todo o país criam diferentes leis relacionadas ao assunto, na maioria das vezes ineficazes e que trazem mais insegurança e riscos para a sociedade. Um passo importante no combate ao crime seria o aperfeiçoamento da legislação com a federalização para legislar sobre o sistema financeiro nacional. Levantamento feito pela FEBRABAN abrangendo um universo de 159 casas legislativas (Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais de capitais e de municípios com mais de 200 mil habitantes) revelou que atualmente existem 192 projetos de lei em tramitação que envolvem o tema segurança bancária. Em 2017 eram 134 projetos de lei relacionados à segurança bancária, e em 2016 apenas 31.
Do total de 192 PLs atualmente em tramitação, 40 deles, ou 20,8%, tratam sobre a atuação de vigilantes, que englobam exigências como a presença destes profissionais por 24 horas nas salas de autoatendimento. “O vigilante armado e com colete balístico na sala de autoatendimento nesses períodos de baixo movimento é alvo fácil de assaltantes interessados em roubar seu colete e arma para a prática de outros crimes”, afirma Leandro Vilain, diretor de Negócios e Operações da FEBRABAN. “Além disso, impacta negativamente na segurança dos próprios vigilantes, devido à grande discrepância entre o armamento usado por estes profissionais e o arsenal de que dispõem os criminosos”, acrescenta.
O executivo lembra que os bancos contam com 68 mil vigilantes profissionais, posicionados em 23 mil agências bancárias, uma média de três profissionais por agência bancária, e também o equivalente a cerca de 75% do efetivo da Polícia Militar em São Paulo. “Os bancos fazem um investimento relevante no aprimoramento da segurança bancária, da ordem de R$ 9 bilhões ao ano, o triplo do que era gasto dez anos atrás, o que não inclui o custo de R$ 10 bilhões com o transporte de numerário”, afirma Vilain. “Além disso, as instituições atuam em estreita parceria com governos, polícias e Poder Judiciário, com o envio de informações necessárias à investigação dos crimes relacionados ao sistema financeiro”, acrescenta.
Os bancos também investem somas expressivas de recursos em tecnologia para a realização de operações de forma rápida e segura por meio dos canais digitais, reduzindo a necessidade de recurso dentro das agências bancárias ou no manuseio de dinheiro em espécie. No ano passado foram investidos R$ 19,6 bilhões em TI, um crescimento de 3% em relação a 2017. Os gastos do setor bancário com tecnologia atingiram em 2018 o mesmo patamar do setor público.