O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que a Medida Provisória (MP) que vincula o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Banco Central busca diminuir as indicações políticas no órgão, embora o texto publicado nesta terça-feira, 20, não limite formalmente a composição de funcionários a apenas servidores do BC. “Até o momento, as indicações para o Coaf eram 100% políticas, e está diminuindo isso aí. Se tiver qualquer falha (no texto), eu reedito”, declarou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.
Questionado sobre o fato de a MP abrir brechas para indicações fora dos quadros dos servidores de carreira, ele disse que o presidente da República e os ministros também são indicações políticas. “Eu sou uma indicação política, eu sou. Quando indiquei os 22 ministros, foram indicações políticas”, reagiu. “O grande erro que aconteceu…Tentei botar (o Coaf) no (ministério do) Sérgio Moro, o Parlamento mudou. Não posso fazer tudo o que eu quero. Foi para o Paulo Guedes (ministro da Economia). Quando foi para o Paulo Guedes eu falei ‘você tem que colocar o diretor (do Coaf) porque se der alguma coisa errada você vai pagar a conta’. Alguém desconfia do Paulo Guedes? Alguém desconfia do Moro? Do (Roberto) Campos Neto (presidente do BC)? Estamos querendo melhorar as coisas.”
Ele comentou que a proposta inicial da MP teria um “filtro” por parte do Executivo para algumas indicações, mas que “tirou” o trecho fora. “Vai ficar totalmente nas mãos do Roberto Campos Neto”, defendeu Bolsonaro sobre as indicações. Reforçou ainda que a ideia é priorizar concursados do BC no Coaf, inclusive para o cargo de diretor. “Deve ser um dos concursados do BC, eu não conheço ninguém do BC, acredito no Roberto Campos (Neto) para fazer bom trabalho. Está resolvida a questão do Coaf.”