Durante dois dias Salvador se transformará em palco nacional de discussões sobre as florestas plantadas e a produção sustentável de árvores para a indústria de transformação. A partir de hoje (07/08) a capital baiana sediará o IV Congresso Brasileiro de Eucalipto. O congresso será realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, no Stiep, e contará com a participação de representantes de vários estados. Nesta edição, o assunto principal será o uso múltiplo sustentável. O tema não poderia ser mais apropriado. O cultivo de eucalipto abastece uma cadeia produtiva cada vez mais variada. O uso desta árvore vai da produção básica de madeira para aquecer fornos industriais à produção de papel, celulose, móveis, carvão vegetal e lenha para processamento de grãos, ou seja, biocombustíveis. Em expansão no mundo inteiro, a floresta plantada de eucalipto é considerada uma das saídas mais viáveis para substituir os combustíveis fósseis.
Durante o congresso os representantes da silvicultura nacional vão discutir os avanços tecnológicos e as oportunidades de negócios, além de questões como regulamentação ambiental e uso dos recursos hídricos. Um dos principais objetivos é traçar metas e alternativas para superar os entraves que ainda atrapalham o desenvolvimento das florestas plantadas no Brasil. “O setor já provou que é rentável e oferece benefícios econômicos, sociais e ambientais. Precisamos resolver questões de logística, finalizar as ferrovias para integrar o oeste do estado ao processo produtivo, e diminuir a burocracia no processo de licenciamento ambiental”, afirma Wilson Andrade, diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), que completa: “Outras dificuldades são a modernização do setor tributário nacional, a falta de regulamentação, e a atualização da permissão para investimento estrangeiro nas atividades agropecuárias no Brasil. A insegurança jurídica impede a vinda de novos investimentos”.
O Congresso está sendo realizado pela ABAF em parceria com o Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro). Vão participar do encontro representantes do Ministério da Agricultura, da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Seagri, Faeb, além de pesquisadores e empresários que atuam em várias fases da cadeia produtiva, desde a produção de insumos à exportação.