Os governadores estão diante de uma bomba-relógio. Nos últimos quatro anos, o déficit previdenciário dos Estados disparou e mais do que dobrou. De acordo com analistas, as finanças estaduais inspiram cuidados, uma vez que estão debilitadas.
A reforma da Previdência que foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados excluiu os estados, o que faz com que estes tenham que lidar com um déficit das aposentadorias dos regimes próprios de R$ 144,6 bilhões neste ano, de acordo com cálculos do economista Paulo Tafner, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em quatro anos – de 2015 ao final de 2019 –, estima-se que o rombo cresça 137%.
O quadro preocupante dos estados fica evidente quando se faz uma comparação com a situação do governo federal. De acordo com o G1, no mesmo período, entre 2015 e 2019, o déficit do regime próprio da União vai crescer 36%, para R$ 98,8 bilhões.
“O déficit da União cresce de forma acelerada, porém num ritmo muito menor do que o dos estados. E isso ocorre basicamente porque a União está numa etapa mais avançada de amadurecimento previdenciário. Ele cresceu muito há uns anos e agora está começando a se estabilizar”, afirma Tafner. “Não é o caso dos estados, que contrataram muita gente ao longo dos anos 1990, 2000, 2010 e várias dessas pessoas estão se aposentando agora.”
Foto: Fernanda Sette
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