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EDUARDO CUNHA ORIENTOU DEPUTADO A EMPAREDAR OPERADOR DO PSDB EM CPI

Redação - 14/05/2018 13:19

Um relatório da Polícia Federal (PF) anexado em abril deste ano à Operação Lava Jato, no Paraná, registrou a articulação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) para supostamente “emparedar” o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza durante a CPMI do Cachoeira, em 2012.

Em 29 de agosto daquele ano, Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB, prestou depoimento aos parlamentares para explicar suspeitas de superfaturamento na obra de ampliação da Marginal Tietê, parte dela sob responsabilidade da Delta, construtora que a Polícia Federal incluiu no esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira.

O documento da PF é de 2016, mas foi juntado aos autos da Lava Jato no Paraná, no mês passado. Dois dias antes do depoimento, Eduardo Cunha recebeu um e-mail com 20 perguntas para Vieira de Souza. A mensagem, segundo a PF, foi enviada por um interlocutor identificado como Hugo Fernandes Neto, que seria ligado ao PMDB e à campanha de 2012.

Os questionamentos alcançavam parlamentares tucanos, a filha de Paulo Vieira de Souza e o trabalho do executivo no Desenvolvimento Rodoviário S/A. Na lista estava ainda uma pergunta sobre a prisão do ex-diretor da Dersa em 2010 – na ocasião, ele foi detido em flagrante ao negociar joia em loja de luxo de um shopping na capital paulista.

As mensagens constam do celular de Eduardo Cunha apreendido na Operação Catilinárias, em dezembro de 2015. Por ordem do juiz federal Sérgio Moro, a pedido da defesa do ex-deputado, o aparelho vai passar por uma nova perícia. O emedebista está preso desde outubro de 2015. Ele foi condenado, pelo Tribunal da Lava Jato, a 14 anos e 6 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

No dia do depoimento do ex-diretor da Dersa, Eduardo Cunha foi avisado em mensagem enviada pelo então deputado Leonardo Picciani (MDB-RJ) que o então presidente em exercício da CPMI, Paulo Teixeira, havia mudado a ordem dos depoimentos. O então deputado Eduardo Cunha se referia ao senador Vital do Rêgo (MDB-PB), presidente da CPMI. Paulo Teixeira era o vice-presidente da Comissão.

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