O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem, durante visita à Bahia, que a nova previsão de economia com a reforma da Previdência – de R$ 933,5 bilhões em 10 anos – anunciada anteontem pela equipe econômica de Bolsonaro, é “expressiva” para o país. Segundo ele, somados com os R$ 200 bilhões de redução de gastos que serão obtidos com o pente-fino nos benefícios do INSS, se alcançará uma economia global de R$ 1,1 trilhão. “É um número expressivo e que garante o equilíbrio das contas previdenciárias nos próximos anos”, disse o parlamentar.
A previsão inicial do governo, só com a reforma da Previdência, era de uma economia de mais de R$ 1 trilhão. Os acordos entre os partidos para aprovar concessões à reforma reduziram este valor. Maia reafirmou que a previsão é mesmo votar o segundo turno da reforma na Câmara no início de agosto. A intenção é recomeçar os trabalhos no dia 5 de agosto. No dia seguinte, à noite, será realizada a votação em segundo turno. A discussão e a votação dos destaques ficarão para os dois dias seguintes. “A partir daí o protagonismo será todo do Senado”, disse o democrata.
O presidente da Câmara afirmou ainda que se reuniu nos últimos dias com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e assessores, no sentido de organizar a votação, e assim tentar garantir um quorum com o mesmo número de deputados do primeiro turno. Maia entende que para garantir a aprovação da reforma, o governo Bolsonaro deve continuar dialogando com os partidos e explicando alguns temas que, às vezes, são colocados de forma “distorcida pela própria mídia”.
“Nosso papel é mostrar o que a gente está fazendo com a reforma é reduzir as desiguldades. É tirar mais recursos de quem se aposenta com grandes valores a protegendo quem ganha menos”, afirmou o deputado, durante visita ao Centro de Reabilitação Fundação Dr. Jesus, mantido pelo pastor e deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante). Terceira autoridade mais importante do país, Maia ganhou protagonismo com a reforma da Previdência. Ele disse, porém, que o sucesso da votação da matéria no primeiro turno, quando foi aprovada por ampla maioria (379 votos a favor e 131 contra), não se deve a um esforço pessoal.
“Quem preside um Parlamento não pode ter projeto pessoal. O sucesso é de todos, principalmente dos 379 deputados que compreenderam a importância da aprovação desta matéria. Tenho certeza que todos irão para o segundo turno com a mesma convicção e certeza que não tem milagre e discurso fácil”, afirmou, para acrescentar: “O que a gente precisa fazer é reformar o Estado brasileiro, buscar um Estado mais moderno, que atenda melhor a população, e que seja mais eficiente nas áreas da saúde, educação e segurança pública”.