Quando se fala em acesso ao crédito, a questão dos juros é algo que faz parte da discussão. Dados do Indicador de Uso do Crédito, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgados hoje (26), apontam que, mesmo com a Selic (taxa básica de juros da economia) em um patamar historicamente baixo, a maior parte (41%) dos brasileiros tem a impressão de que os juros finais ao consumidor na ponta estão mais altos nos últimos três meses. Para 27%, eles estão estáveis, ao passo que apenas 2% notaram alguma diminuição. Outros 30% não souberam responder.
Reflexo da situação econômica ainda difícil no país, apenas 18% estão em condições confortáveis, com sobra de dinheiro. A grande maioria (72%) dos consumidores brasileiros tem vivenciado uma situação de aperto com as finanças, ao ficar no limite de seu orçamento. Desses, 32% estão no ‘vermelho’ — não conseguem pagar todas as contas com os rendimentos — e 40% ficam no ‘zero a zero’, ou seja, até honram seus compromissos financeiros, mas terminam o mês sem sobras de dinheiro. Embora elevado, o número de consumidores sem sobras no orçamento já chegou a ser maior. Em maio do ano passado, esse percentual era de 80%.
Não por acaso, mais da metade (51%) dos entrevistados admitiram a intenção de cortar gastos no mês seguinte, principalmente em razão dos preços elevados (41%). Apenas 5% planejavam desembolsar mais, enquanto 37% falavam em manter os gastos no mesmo nível.