quarta, 27 de novembro de 2024
Euro 6.1096 Dólar 5.8122

CHICO BUARQUE CRITICA O PT E CITA CORRUPÇÃO

Redação - 22/06/2019 11:20 - Atualizado 22/06/2019

Chico Buarque está em Paris, na França, trabalhando no livro que começou a escrever neste ano, depois de encerrar a turnê do disco “Caravanas”, lançado em 2017. O compositor carioca, que completou 75 anos esse mês, pediu um visto de permanência mais longa na capital francesa. Ele afirma, no entanto, que não pretende se mudar para lá.

Chico falou ao jornal francês “Le Monde” sobre o que chama de “cultura do ódio” que se instalou no Brasil, a polarização política. “Estou aqui em Paris escrevendo o livro que comecei no início do ano. Aqui, eu fico mais tranquilo, posso me concentrar. Não penso em um novo exílio”, disse ao jornal francês.

“A situação é muito diferente da de 1969 ( quando, lembra o “Monde”, ele se exilou em Paris e depois em Roma, por um ano ). Naquela época, havia um regime militar no poder, que literalmente perseguia os artistas. Hoje, os artistas e pessoas ligadas à cultura não são bem vistos pelo governo, mas não há perseguições policiais como aquelas. As ameaças ainda existem, mas não necessariamente contra os artistas e mais contra a esquerda em geral, os gays, as minorias, as mulheres” explica o artista.

Ainda na entrevista, ele criticou o PT. Perguntado sobre a crise política no Brasil, Chico disse que ela vem a partir do impeachment de Dilma Rousseff. “Tenho muitas reservas ao PT, o partido teve episódios de corrupção, como os governos precedentes”, declarou. “Mas depois da derrota da direita nas eleições presidenciais, o PT foi incrivelmente estigmatizado”, completou.

O compositor pondera que o partido renunciou a muitos de seus ideais, pois Lula estava cansado de perder eleições. “Ele decidiu fazer do PT um partido de governo. Por isso fez concessões, acordos com forças que o PT não teria aceito em tempos normais. O PT deixou de ser um partido de esquerda para se tornar uma formação social-democrata”, avaliou.

 

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.