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MAIS POBRES SÃO OS QUE MAIS UTILIZAM CHEQUE ESPECIAL, APONTA PESQUISA

Redação - 09/06/2019 08:09 - Atualizado 09/06/2019

Estudo do Banco Central mostra que 43,9% dos usuários do cheque especial têm renda inferior a dois salários mínimos (R$ 1.996) e 12,5% estão com os pagamentos em atraso superior a 90 dias. Outros 33,5% dos clientes que usam esse tipo de crédito ganham entre dois e cinco salários, com 6,4% de inadimplência.

A modalidade de empréstimo mais simples, porém mais cara, do mercado tem sido a saída dos trabalhadores com menor renda para fechar as contas no fim do mês. Contudo o resultado dessa equação são altos níveis de inadimplência nessas operações, que superam o de qualquer outra linha de crédito disponível para famílias.

Considerando o nível de escolaridade, a inadimplência no cheque especial também é maior entre aqueles que estudaram por menos tempo e não chegaram a cursar uma faculdade. “Uma vez que baixa escolaridade e baixa renda estão interligadas, é difícil saber se a maior inadimplência é resultado do não entendimento das características do produto (questão educacional) ou do seu custo elevado (questão de renda) ou ainda de uma combinação dos dois”, pondera o BC no documento.

A taxa média cobrada pelos bancos no cheque especial passou de 322,7% ao ano em março para 323,3% em abril. No crédito pessoal, por exemplo, os juros passaram de 45,3% para 45,9% ao ano. Em dezembro do ano passado, o saldo do cheque especial totalizou R$ 21,98 bilhões, dos quais R$ 3,38 bilhões estavam inadimplentes. Esse nível de inadimplência de 15,36% é bem superior à média do total de operações de crédito para pessoas físicas, de 3,25%.

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