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NEGOCIAÇÃO ENTRE PETROBRÁS E SINDICATOS CONTINUAM

Redação - 23/05/2019 14:26

Terminou sem acordo e em clima tenso a primeira reunião para discutir o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019 entre a Petrobras e os seus empregados. Enquanto os 18 sindicatos que abrangem a categoria pedem a reposição da inflação, a estatal alega que entre 2003 e 2014 os empregados tiveram um ganho real de 51%, e por este motivo quer manter os salários sem ajuste, assim como outros benefícios como vale alimentação e educação, além de acabar com o programa Jovem Universitário e com os adicionais pagos no Estado do Amazonas e em campos terrestres.

“Em um esforço para continuidade do que é praticado como remuneração, a Petrobras propõe manter as tabelas de remuneração. Também haverá manutenção dos valores das tabelas de funções gratificadas (gerenciais e especialistas), nesse caso, prerrogativa exclusiva da empresa, independe de anuência dos sindicatos”, disse a Petrobras em um comunicado aos empregados. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que costumam negociar separadas mas na quarta-feira, 22, se uniram na mesa de negociações, a proposta da estatal foi divulgada aos empregados antes da reunião com os sindicalistas, com objetivo de reduzir a força dos sindicatos.

O indicativo foi de rejeição da proposta e durante a reunião os sindicalistas chegaram a gritar em coro, diante dos negociadores da Petrobras, que não vão aceitar “nenhum direito a menos”. “Ela (Petrobras) quer pavimentar o caminho para a privatização da empresa. Que é retirar os nossos direitos e também praticamente aniquilar o movimento sindical. Por isso nós temos que resistir e participar das assembleias rejeitando essa proposta com disposição de luta, que será necessário”, disse o coordenador da FUP, José Maria Rangel. Assembleias serão realizadas até o dia 6 de junho para votar a proposta, informou.

Entre as reivindicações da categoria está o aumento salarial equivalente ao Índice de Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (ICV-Dieese), acumulado entre 1º de setembro de 2018 e 31 de agosto de 2019 e o reajuste de 2020 do acumulado entre 1º de setembro de 2019 e 31 de agosto de 2020. No acumulado nos 12 meses até abril deste ano, o ICV-Dieese acumula alta de 4,45%, abaixo do acumulado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação do governo, de 4,94% no mesmo período.

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